Quando a comédia mexicana No Ace Devolucaes estreou nos cinemas nacionais em 2014, críticos do AdoroCinema já previram que “não seria surpreendente se no futuro essa mesma história fosse refeita por um produtor brasileiro”. é exatamente isso que está acontecendo em No Se Aceitar Devolucaes, versão local estrelada por Leandro Hassum, um dos reis da bilheteria brasileira.
Não foi uma previsão difícil, vamos encarar. O sucesso mexicano é o exemplo clássico de um filme com apelo popular, adaptável às mais variadas culturas, seja pelo tema familiar ou pela mistura de comédia e drama, não por acaso, neste hiato de quatro anos ganhou versões. (Uma Família de Dois) e Turquia (Sen Benim HerSeyimsin). Quanto à história, a versão nacional não traz grandes mudanças: há uma maior variedade de personagens na fase brasileira, algumas simplificações nos subtramas do trecho americano, mas a essência está lá. Como no original, o foco está no fantástico mundo criado entre pai e filha.
- Depois de receber um bebê em casa.
- Alegando que ela era o pai.
- Juca Valente (Hassum) vai para os Estados Unidos em busca de sua mãe.
- Onde sem saber inglês ela finalmente salvou a menina de se afogar.
- Jogando-se de cima.
- De um prédio para uma piscina.
- Ele só aceita trabalho duplo no mundo mágico do cinema em Los Angeles.
- Com o passar dos anos.
- Juca e seu bebê ficam lá.
- Até que a mãe reaparece de repente.
- O que muda radicalmente suas vidas.
- é claro.
A beleza do vínculo entre pai e filha reside na dedicação de Juca à menina, não exatamente no sentido de apoiá-la, mas por causa do ambiente lúdico que é criado ao seu redor: o apartamento de duas portas, um adaptado ao tamanho de Emma. (Manuela Kfouri), é o melhor exemplo, o problema é que, nesta versão local, há uma impressionante fraqueza técnica, da direção artística aos figurinos e maquiagem, o filme transmite a sensação constante de ter sido feito com orçamentos sérios Os efeitos especiais desajeitados também não ajudam, são assustadores mesmo em sequências simples, como pular na piscina, também dificultado por uma edição embaraçosa , e a participação sem sentido de uma semelhança com Ozzy Osbourne. Como resultado, o diretor André Moraes aposta constantemente em imagens de close-up, justamente na tentativa de mascarar a pobreza visual que envolve cada personagem.
Além das limitações técnicas, os problemas do roteiro, especialmente em relação aos diálogos, que exploram uma certa malandragem brasileira dominada ao denunciar, entre as linhas, o machismo latino típico. Ele apenas segue a quantidade de olhares distorcidos, e piadas cruzadas sobre o casal lésbico presente no filme, logo se transformou em vilões – isso, deve ser mencionado, também está presente no mexicano original, mas ausente do remake francês. Sem falar no elenco histriônico, do exagerado Jarbas Homem de Melo ao caráter insuportável de Zéu Britto. Nem mesmo a jovem Manuela Kfouri se destaca, incapaz de criar a química necessária para que ela adera à personagem ou mesmo à relação familiar que a cerca.
Diante de tantos problemas, Leandro Hassum faz o que pode; Em um papel um pouco diferente do habitual, para o privilégio da história em um tipo padrão, ele até se esforça para encontrar um equilíbrio entre comédia e drama existente na narrativa, independentemente da frequência com que usa seus erros humorísticos. No entanto, os problemas ao seu redor são tão grandes que você não pode fazer muito.
Inferior ao original mexicano e ao remake francês, o melhor dos três, por sinal, usa um banho de fantasia para tentar cativar o espectador com a relação entre pai e filha, na tentativa de rir e chorar. A versão brasileira era esperada, é surpreendente que seja tão mal produzida que tenha uma influência tão negativa no resultado final.
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