Poucos filmes representam uma declaração de amor tão intensa para um artista como Com Amor, Van Gogh, a partir de como foi conceituada: iniciar a técnica de animação a partir de pinturas a óleo, seguindo o mesmo estilo do próprio laureado. Sua história teve que ser apresentada do seu ponto de vista especial que fez o pintor adorar após sua morte. O resultado, visualmente falando, é chocante.
Inspirada nas mais de 400 pinturas que Van Gogh criou em oito anos, a animação revisita os lugares e personagens recorrentes em seu portfólio para construir pesquisas que, além de contar a história do pintor, quebram o mistério de sua morte. Foi realmente um suicídio ou foi alguém responsável? A resposta vem da viagem de Armand Roulin à cidade francesa de Arles, um ano após a morte de Van Gogh, a fim de entregar à sua família uma carta perdida do pintor, endereçada a seu irmão Theo. Cada vez mais obcecada, Roulin começa uma investigação pessoal sobre o Conhecimento de Van Gogh para decifrar o que realmente aconteceu.
- Tal narrativa.
- No final.
- Serve mais para encenar a vida do pintor e suas aflições.
- Do que desvendar qualquer mistério.
- Cuja insistência se torna esmagadora em algum momento.
- A grande vantagem do longa-metragem é realmente a técnica de animação usada.
- Que consegue reproduzir a textura e a beleza da pincelada de Van Gogh.
- No sentido de apresentar cenários e objetos cujas pegadas soam continuamente e animadas constantemente.
- Além disso.
- Há várias referências às suas pinturas.
- Desde a icônica Noite Estrelada.
- Que inspirou a meia-noite no Cartel de Paris.
- Até os corvos marcantes.
- Tão presentes na fase final de sua vida.
- Para quem conhece o acervo deixado pelo pintor.
- Reconhecer tais obras na tela grande se torna uma delícia.
- Não só visual.
- Mas também pela forma como se encaixa na narrativa.
Tal esforço visual é resultado de anos de trabalho da equipe liderada pelos diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman, que tiveram que adaptar a técnica de pintura a óleo para que pudesse ser usada em uma animação. Um total de 125 pintores trabalharam cerca de 65. 000 quadros, e os atores que dão voz aos personagens também devem servir de modelo para eles, uma iniciativa que se torna explícita quando a animação se concentra mais nos rostos dos personagens, sendo capaz de reconhecer os traços de Saoirse Ronan e Jerome. Flynn, a série Bronn de Game of Thrones. O mesmo vale para o resto do elenco, com um esforço tão notável pouco antes dos créditos finais, em comparações entre as imagens e os atores apresentados.
Diante de tal esforço para representar a obra de Van Gogh, a história apresentada permanece em segundo plano, a trajetória do pintor, que vendeu apenas uma tela durante sua vida e sobreviveu com a ajuda de seu irmão, serve de pano de fundo para tal pesquisa. em sua morte, o que soa mais como uma desculpa para introduzir os vários personagens que o povoaram. No final, a razão pela qual Van Gogh morreu torna-se menor do que a arte que ele produziu.
Com imenso impacto visual, é um filme que brilha através da proposta estética implementada, seja pela beleza das imagens, seja pelo capricho da técnica de animação utilizada. Por mais que seu enredo não seja suficiente para manter o interesse por 95 minutos, é também uma experiência cinematográfica que merece ser verificada, especialmente por aqueles que apreciam e conhecem o trabalho do vencedor.
Filme visto na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, outubro de 2017.
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