Reclamação do Adoro Operações de garantia de lei e ordem doCinema: relatório

Como o Brasil passa por um dos momentos políticos mais complicados desde o golpe de 2016, um projeto cinematográfico nacional é muito bem-vindo, buscando dissecar o peso da mídia sobre a degradação democrática do país, o diretor J. I. Murat e o codiretor Miguel Antunes Ramos se oferecem para lembrar de 2013, quando a crise eclodiu, confrontando o discurso oficial das redes hegemônicas (Globo, Record, Bandeirantes) com o ponto de vista do jornalismo alternativo, como o M-da Ninja.

A intenção é fazer um “filme de montagem”, um projeto de apropriação de materiais. Sem capturar suas próprias imagens para o documentário, os cineastas coletam muitos vídeos dos arquivos da TV e internet. A distinção entre eles é óbvia: enquanto grandes corporações buscam desqualificar movimentos sociais e apoiar a brutalidade policial, jornalistas progressistas denunciam manipulação corporativa, violações de direitos humanos e falsificação de provas policiais para servir como álibi para as forças governamentais.

  • A fala é tão importante quanto óbvia.
  • O público conservador.
  • Que geralmente não vai ao cinema para ver esse tipo de projetos.
  • Provavelmente ficará longe das ideias progressivas das operações de aplicação da lei.
  • De modo que a oportunidade de aumentar a conscientização do espectador médio é remota.
  • Diante de tais reclamações você deve estar familiarizado com as manipulações da Rede Globo há muito tempo.
  • Murat e Ramos não oferecem qualquer alteração dos materiais originais.
  • Nenhuma dissociação do som da imagem.
  • Nenhuma fragmentação.
  • Nenhum atrito particular para montagem.

Através da exploração convencional de material recente, o documentário tem um efeito curioso sobre a temporalidade, que parece muito antiquado, pois aborda os protestos de 2013 sem levar em conta as profundas mudanças políticas desde então, e muito recentemente, tentando lembrar o espectador de algo que ele mal esqueceu. Para o telespectador politizado, os discursos de Dilma, os vídeos da Mídia Ninja e as edições do Jornal Nacional fazem parte de uma ferida aberta, então por que se lembrar deles se não há nada particularmente novo no discurso?

A edição, que deveria ser o grande trunfo do projeto, limita-se ao acúmulo de relatórios, que acontecem sem proporcionar uma dialética particular: a divisão em “etapas”, utilizada para garantir a ordem pública, resulta em It será de pouca fruta. Com algumas nuances, os capítulos reiteram evidências de que o governo e a polícia buscam desqualificar os adversários e defender aqueles que os apoiam. Nenhuma notícia na frente?

As Operações de Garantia da Lei da Ordem resultam em um esforço modesto para apontar falhas no sistema sem tentar entender suas origens, suas consequências neste momento ou seu potencial de manifestação futura. A rápida menção de Michel Temer é insuficiente para retratar a evolução de uma conspiração política em constante mudança. O filme se limita a verificar desigualdades no poder, informação e recursos?

Filme visto na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, outubro de 2017.

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