A história comparada com as 50 sombras de Grey e cuja servidão romantizada desencadeia discussões na Internet.
365 Days, um filme polonês que estreou recentemente na Netflix, pode ser visto como um conto das 50 sombras de Grey, mas em níveis ainda mais extremos e chocantes: aqui está um ator milionário viciado em exercícios. de seu poder através de atitudes violentas e sexo. , além de uma figura feminina que não hesita em mudar sua vida independente por uma rotina aprisionada, dedicada a proporcionar prazer. Uma relação real, não idealizada, está fora de questão.
- Mas.
- Ao contrário da história de Christian Grey (Jamie Dornan) e Anastasia Steele (Dakota Johnson).
- Cujo romance começa ainda mais gradualmente quando o casal se encontra de uma forma incomum.
- Sem planejar.
- No caso de 365 Dias.
- O chamado “romance” não apenas o torna forçado.
- Porque parece mais uma conspiração voltada estritamente para o sentido pornográfico.
Até agora, o problema não está no fato de que o filme é quase pornográfico, mas no tema do roteiro que romantiza o máximo possível situações violentas e abusivas, e depois nos apresenta cenas de sexo quase explícitas. que o sexo é uma recompensa depois de tantos jogos mentais que não fazem sentido.
Nas redes sociais, o programa provocou um grande debate sobre as ações de Massimo (Michele Morrone) em relação a Laura (Anna Maria Sieklucka), afinal, a personagem, que faz parte da Máfia Italiana, sequestra Laura porque ela se parece exatamente com uma mulher que apareceu. Como uma miragem quando Massimo está prestes a morrer. Quando ela é sequestrada, Massimo deve pedir a Laura para ficar com ele por um ano até que ela se apaixone por ele.
A sinopse já explica o absurdo que está por vir. Mas, sem se limitar a lacunas narrativas e aspectos técnicos imperfeitos (como edição antecipada e direção de atores), 365 Dias vai muito além de ser um bom filme, além da óbvia falta de atenção aos problemas do roteiro e ao desejo de construir um filme. Romance interessante, que evolui com os personagens, Massimo é um homem completamente desprezível, que se contenta em ver mulheres a seus pés. No modo da Máfia de Christian Grey, ele se aproveita de todos os tópicos possíveis (como carros e casas de luxo) para demonstrar seu poder e influência.
No início, Laura não se impressiona – até porque foi sequestrada por um completo estranho – mas gradualmente (e de repente) a garota se acostuma com a possibilidade de passar 365 dias presa em um oásis, vestindo-se e indo a festas de luxo. . . Grande parte da discussão online sobre o filme se concentra em normalizar uma relação que não só é abusiva, mas também criminosa.
Por estarmos em um período de quarentena e isolamento social, há quem diga que 365 Dias aguça a sexualidade e a libido reprimida dos espectadores, mas pensar assim diante de cenas em que Massimo força uma mulher a praticar sexo oral ou atira/empurra Laura calmamente dizendo que “ele não fará nada sem sua permissão” não é correto. Mais do que isso: vincular o erotismo a atos de repressão e abuso físico e mental nunca deve ser normalizado.
Mas não é isso que está acontecendo agora. 365 Dias não leva a tantas discussões sobre o fato de Que Massimo é um vilão escondido no corpo de um homem romântico, mas no “choque” entre quem é o favorito das mulheres: Massimo. Ou Christian Grey.
É ainda triste apontar os erros altruístas observados na produção polonesa em meados da década de 2020, momento em que vemos várias agendas e reflexões relacionadas à importância do feminismo e da própria voz. 365 Dias destrói toda a força em Laura para trazer autoridade masculina a todo custo, tanto que o resultado dessa história é trágico, mas apenas para as mulheres.