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Sendo católico, analisei este filme de duas formas: a fidelidade e a coesão do roteiro sobre o assunto e a evolução do enredo de uma forma geral. É o primeiro filme que aborda a questão do exorcismo de forma coerente e respeitando suas referências. A figura do Pai é desenvolvida com impulso por todos os personagens que o representavam . . . O sacerdócio pôde ser analisado de forma rica nos poucos detalhes apresentados sobre tal vocação e podemos ver o tema do exorcismo, possessão demoníaca em um maneira sóbria tanto para o que acreditam como para quem não compartilha das premissas trabalhadas pelo filme. O cenário traz aspectos interessantes como o sentido da fé, a crise da fé, capaz de abalar até os padres, e sua ausência. Quais são as estruturas que unem o ceticismo de Michel? Fé e ciência, o bom e o mau . . . Uma trama em que o diabo é um adversário inteligente, dotado de artifícios que às vezes justificam as respostas do padre Lucas: “ele está te enganando” . . . O filme tem seu cenário bem acorrentado e a tensão é devido ao ajuste. Bom trabalho de direção com uma bela atuação de Colin O’Donoghue como personagem central da trama, que conseguiu materializar o entendimento da vocação e desenvolvê-la em tempo hábil em seu personagem, e claro! Excelente atuação de Anthony Hopkins, que rouba o palco dando show de verdade com o personagem bem treinado Padre Lucas. Apesar de tudo, eu não recomendaria o filme para quem quer ver a cabeça rolar e está mais interessado no medo de sustos. Talvez isso justifique se houver uma crítica que cite estrelas aqui. Para mim, todo filme de terror tem que ser inteligente . . . esse foi o grande diferencial e o mérito, na minha opinião, de “O Ritual”.
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