O Iluminado: Críticas recentes

ARQUÉTIPO DE TERROR PSICOLÓGICO Inspirado no romance homônimo The Shining, fertilizado pelo expoente do gênero literário semelhante Stephen King (então influenciado por “experiências pessoais” durante um período de reabilitação alcoólica) O Iluminado é uma obra-prima simbólica do terror psicológico. Herdeiro do medo primitivo e mais sofisticado do que seu pai (terror imediato), uma abordagem deliberadamente sugestiva predomina aqui para empurrar uma trama reflexiva para cima até os limites de nossa capacidade de apreender a realidade: a linha tênue entre o psicológico e o sobrenatural, onde é real e a ilusão começa? O protagonista é um professor exonerado do alcoolismo e de suas distorções comportamentais que, após uma necessária recuperação, se volta para o campo literário aspirando a ser escritor (justamente aqui residem as semelhanças com o criador da obra original projetada sobre o personagem). Sabemos que este tipo de ocupação artística, como outras na região, apresenta grandes obstáculos até que se obtenha uma rentabilidade substancial, substancial. Nesse contexto, surge a proposta de ocupação temporária como zelador durante a temporada de inverno em um hotel localizado nas Montanhas Rochosas do Colorado (cenário inspirado em eventos extremos como a caravana Donner e o massacre de Cheyennes e Araphaos), o que é facilmente aceito através das francas reservas do empregador sobre o histórico de atrocidades cometidas na região (massacre indígena) e vícios devido à pressão do isolamento voluntário. E então ele sai com sua esposa e filho, que mostra proeminência psiônico-mediúnica, para o luxuoso hotel solitário nas montanhas desoladas agora escurecidas pela época do reinado. A partir daí, aos poucos se manifesta uma trama sobrenatural em que agem as forças do mal, que, tentando sem sucesso se apoderar dos poderes do pequeno prodígio, dirigem sua aproximação ao pai que, frustrado por sua esterilidade criativa (uma das melhores cenas é aquele que usa um provérbio contra o tédio rotineiro: todo trabalho e falta de diversão tornam Jack uma criança chata), uma raiva injustificável começa em sua esposa e filho empurrados por eles. influências etéreas presentes. Ponto alto da atuação psicótica de Jack Nicholson que representa como pessoa a personificação da extrema angústia do homem pós-moderno; pelo talento de atuação liberado pelo apelo superficial de Shelley Duvall a atrizes entusiasmadas; para mentoria sensorial evocada misticamente por Scatman Crothers; e pelo raro abandono sobrenatural do infante Danny Lloyd (curiosamente agora na profissão inicial de seu pai ficcional). Em segundo lugar, o layout vintage que permeia o interior e o jardim labiríntico corrobora o clima claustrofóbico. Esses fatores convergem simultaneamente para consumir os “iluminados”? Como um arquétipo indiscutível de terror psicológico que abre caminho para o surgimento de obras posteriores de igual magnitude! COM CABO PRÓPRIA

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