Mostra SP 2019: Em um ano de cortes culturais, a programação do festival é mantida e destaca as características brasileiras

“Não tínhamos dúvidas de que a Mostra seria realizada”, disse Renata de Almeida, diretora do festival.

Em um ano em que a Animamundi estava na corda bamba e o Festival do Rio teve que recorrer a uma campanha de crowdfunding, a 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo também passou por dificuldades, inclusive o fato de não ter mais o investimento após 16 anos de patrocínio.

  • Felizmente.
  • Isso não foi capaz de enfraquecer a ampla gama de produções que o tradicional festival costuma divulgar ao público: cerca de 300 longas-metragens de 45 países compõem a programação da 43 Mostra.
  • Que acontece de 17 a 30 de outubro na capital paulista.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã deste sábado (5), a diretora executiva do festival, Renata de Almeida, destacou a leveza da arte editorial, assinada por Nina Pandolfo, que a faz refletir sobre o meio ambiente e a natureza. Esta é a primeira vez desde a 35ª Mostra que um artista brasileiro cria o cartaz e vinheta que enfrentam o evento.

O secretário de Cultura, Alexandre Youssef, que esteve presente na coletiva de imprensa, disse que o mero ato de estar presente na Mostra já é fundamental. “É muito importante no sentido de resistir proativamente a esses ataques sofridos pela cultura. Não precisamos falar sobre a importância da exposição, seu icônico O fato de isso acontecer na cidade, ocupa espaços públicos como o Theatro Municipal, o Masp, 6 CEUS do circuito Spcine, ter visibilidade na própria cidade, é uma forma enérgica de apostar na civilização contra a barbárie”.

Almeida também falou muito sobre a presença do cinema brasileiro que vai permearse o festival do início ao fim, mesmo em produções não só nacionais, como é o caso do filme de abertura, Wasp Network, dirigido pelo francês Olivier Assayas e produzido por Rodrigo Teixeira. O longa-metragem também é uma adaptação do livro brasileiro Fernando Morais “Os Últimos Soldados da Guerra Fria” e estrelado por Wagner Moura no elenco. Por ocasião do encerramento da 43ª Mostra, em 30 de outubro, a eleição foi feita em Dois Papas, longa-metragem da Netflix dirigido por Fernando Meirelles.

Na Mostra Brasil, destacam-se os longas A Vida Invis-vel, indicado ao Oscar brasileiro que será exibido no Teatro Municipal (ação inédita da Spcine e da Cidade de São Paulo para expandir o circuito do festival), depois Louca Sou Eu, de Julia Rezende, Babenco – Alguém Deve Ouvir o Coração e Dizer: Parou, premiado em Veneza, e Casa, vencedora dos festivais do Cine Vitia e Olhar 2019.

Os vencedores desta edição que receberão o Prêmio Leon Cakoff são os israelenses Amos Gitai e o próprio Assayas, que além de vir ao Brasil para promover Wasp Network terá uma retrospectiva de sua carreira com a exibição de 14 filmes ao longo da programação.

A coletiva de imprensa terminou com a exibição do curta-metragem Nimic (A Favorita), de Yorgos Lanthimos, e do filme Parasita, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2019 e um dos filmes que devem gerar muita demanda para os cineastas. Leia nossa crítica aqui.

A 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo acontece de 17 a 30 de outubro e o AdoroCinema se apresentará em uma nova capa do festival!Acompanhe nossas redes sociais.

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