Mad Max: Avaliações

Uma coisa deve ser dita. Mad Max faz parte de um panteão de fábulas cinematográficas do mundo contemporâneo. Não é um exagero colocá-lo ao lado de histórias como Terminator (1984) e Robocop (1987)? em particular, histórias “inaugurais” de franquia. São metáforas muito bem acabadas, de criação pop, que lançam as bases de um mundo próprio, além de oferecer uma visão muito diferente e crítica do homem moderno. A diferença ? e originalidade? Comparado com as franquias acima mencionadas, Mad Max pinta um futuro decadente, precário e brutalizado. Um retorno à barbárie. Na Austrália pós-apocalíptica, motociclistas sádicos aterrorizam o que resta da civilização. Em um mundo de escassez, as pessoas matam e morrem por combustível. O filme é uma aventura solitária para Max Rockatansky (Mel Gibson no início de sua carreira), um policial intrépido que declara guerra aos motociclistas selvagens que cruelmente assassinaram sua família. Em seu primeiro longa-metragem, George Miller faz um filme de baixo orçamento, com poucos recursos e muito sangue nas veias. Seu maior patrimônio está na história, principalmente no automobilismo. Miller realmente quer viver de acordo com a palavra ação. Há também uma caracterização quase expressionista dos personagens. Em outras palavras, a falta de recursos do diretor estreante? e um visual um pouco áspero do filme? torna-se um elemento que agrega valor à história. Os motociclistas são uma espécie de cangaceiros neopunk, homens brutalizados por máquinas? Mas com movimentos homoeróticos sutis? Uma gangue nômade que espalha o caos por onde passa. O filme adquire então um aspecto de “western motorizado”, permitindo alguma leitura. Críticas à revolução industrial? Poderia ser. Ao mesmo tempo em que desenha o homem dependente de máquinas, o contraponto é justamente um mundo de recursos escassos. O vício em gangues é velocidade, mas . . . como mantê-lo pós-apocalipse. Mad Max começa sem prólogos. E termina sem uma conclusão muito bem caracterizada. Mas o filme sozinho é suficiente.

Dez

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