Garota exemplar: revisão

No melhor jogo de gato e rato. O último filme de David Fincher, Exemplary Girl, conta a história do desaparecimento de Amy Dunne (Rsamuond Pike) no aniversário de seu casamento com Nick Dunne (Ben Aflleck). A princípio, surge a pergunta: eu já vi esse filme antes? A polícia está procurando evidências para prender o principal suspeito, mas estamos falando de David Fincher, então podemos facilmente dizer que este é apenas um filme policial. É outro? por David Fincher. O casal principal consegue levar a história com competência. Nunca imaginei que ele diria isso de Ben Aflleck, sim, ele é perfeito no papel porque em certos momentos da trama, por sua esposa ser conhecida e adorada pelo público, ele precisa manter as aparências para a mídia, muitas vezes sendo o bom e velho canastrão. Assim, o papel coube a Aflleck como uma luva, e o diretor conseguiu tirar o máximo proveito do viés daquele personagem. Agora Rsamuond Pike está ótima, no papel que pode elevar o status dela em Hollywood, agora você tem que ver que você não tem mais um rosto bonito na tela, o que é necessário para a personagem, mas a atriz sabe que ‘ela tem um papel rico em detalhes e nuances fundamentais para o desenvolvimento da trama. Atores coadjuvantes também são interessantes em seus papéis. O fato de o diretor não se apaixonar por chiclete e escolher uma mulher para conduzir as investigações só aumentou a intriga. A irmã gêmea de Ben Aflleck consegue trazer o drama necessário ao contexto da situação. Ben Aflleck precisa ser frio e calculista para desvendar as pistas deixadas por sua esposa e, do outro lado, a irmã sofre as consequências que seu irmão sofre com mais intensidade. Outro aspecto interessante e um dos pontos fortes da trama são as críticas da mídia durante a apresentação do caso. Claro, cada história tem duas faces, mais e se os meios de comunicação são centralizados e com uma grande dose de sensacionalismo, reflexo do jornalismo atual, eles estão focados apenas em uma face? Assim, o filme mostra esse aspecto, pois o público (telespectadores) já se responsabilizou. Cabe ao protagonista desvendar os mistérios que aos poucos vão se revelando na trama e colocar o jogo de volta ao seu lado. Se o que eles querem é sensacionalismo, por que não usá-lo em seu proveito? E assim, não temos mais um culpado pelo desaparecimento da esposa, mas um marido que se enganou e que está profundamente arrependido. David Fincher mostra que consegue oferecer ao espectador um verdadeiro jogo de gato e rato. Onde o gerente, como um rato, esconde as evidências e aos poucos consegue envolver o gato, o público, incentivando-os a encontrá-los. O diretor consegue dar ao público as doses certas de suspense e não consegue fazer de Exemplary Girl mais um filme policial feito nos moldes e padrões dos filmes do gênero. Um filme que nos faz pensar: é por causa dele que amamos tanto o que chamamos de sétima arte.

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