Festival do Rio 2018: “Skate Kitchen abriu meus olhos para a desigualdade das mulheres”, diz diretora Crystal Moselle (entrevista exclusiva)

O filme acompanha patinadores em frente a uma cena machista com humor e amizade.

“Uma mulher local está na cozinha!” Cansados de comentários tão machistas em vídeos de garotas de skate, um grupo de amigos decidiu se unir para criar uma página com apenas vídeos de meninas balançando o esporte. O nome? Skate Kitchen. Sucesso no instagram, as jovens cruzaram caminhos com a diretora Crystal Moselle, aclamada pelo documentário Os Irmos Lobo (2015). Depois de passar vários dias juntos, o cineasta decidiu torná-lo a peça central de seu novo projeto. Foi assim que nasceu o Skate Kitchen (o filme!

  • A trama gira em torno de Camille (Rachelle Vinberg).
  • Uma garota tímida e excluída que acaba se juntando a um grupo de patinadores em Nova York.
  • Escondida de sua mãe (Elizabeth Rodriguez).
  • Unidos pela amizade e amor da diretoria.
  • Eles buscam provar seu valor.
  • Vale a pena e se aventurar nas ruas dominadas por meninos.

Em entrevista exclusiva ao AdoroCinema no Festival do Rio de Cinema, Moselle revela por que fez de sua conexão com a Skate Kitchen um começo no domínio da ficção: “Decidi fazê-lo porque queria colaborar com as pessoas e ouvir suas opiniões. Tenho que dar um passo atrás e olhar. Mas essas garotas queriam fazer parte do processo. Então fez mais sentido trabalhar em conjunto e construir algo baseado em suas experiências, que é ser uma mulher. “

Membros da Cozinha de Skate? Vinberg, Nina Moran, Dede Lovelace, Kabrina Adams e Ajani Russell?Eles executam versões fictícias de si mesmos, comentam sobre o roteiro e até escolhem as músicas na trilha sonora. O resto do elenco é composto por jovens coprodutores de Alliah Mourad nos skateparks locais. Os únicos nomes famosos são Jaden Smith (como potencial amante de Camille) e Elizabeth Rodriguez, que faz parte de Orange Is the New Black. Tudo para transmitir essa história o mais organicamente possível.

“É ficção, mas ainda traz algo documental, porque conseguimos entrar nesse mundo. Sinta como são suas vidas. Meu objetivo como cineasta é criar um estilo no qual você sempre acredita que o que está na tela pode ser real. Ao mesmo tempo, acompanhar esses jovens patinadores, para mim, é como um filme de dança. A maneira como eles se movem. A forma como a música é incorporada ao projeto. E as meninas foram muito abertas sobre todo o processo, sem ficar envergonhadas, assustadas. ou preso em suas mentes.

Entre as manobras surpreendentes, a grande força de Skate Kitchen reside, curiosamente, em cenas simples que destacam a amizade das meninas protagonistas, que, percebendo que a força está nos números, falam sobre problemas do cotidiano, abordando temas delicados como sexo, preconceitos e sexualidade. Para as meninas, era simplesmente uma questão de levar suas experiências reais para a tela grande. Crystal teve um momento de aprendizagem:

“Antes deste filme, eu nunca soube que, por ser cineasta, não consegui as mesmas oportunidades. Comecei a notar coisas nesta indústria que eu nunca tinha notado, como a maneira como as mulheres são tratadas. minha zona de conforto que nem notou desigualdade. E há sempre a questão da confiança em tudo isso. Foi uma grande surpresa.

Exibido no Festival de Cinema de Sundance, o lançamento do Skate Kitchen em frente ao movimento #MeToo foi uma coincidência, mas isso acaba sendo perfeitamente apropriado em um momento em que não pode mais ser aceito que uma voz é afogada em preconceito. “Quero inspirar as pessoas a fazer coisas que não estão acostumadas ou pensam que não podem fazer”, diz Moselle. Nem todos podem patinar sem coçar os joelhos. Mas qualquer um pode receber esse tipo de mensagem agradável, certo?

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