Festival de Brasília 2019: Matheus Nachtergaele vê Piedade como um retrato da elite bolonarista

Reymond e Claudio Assis também falaram sobre o longa-metragem, que concorre ao Troféu Candango.

Exibido na segunda noite do Festival de Brasília? Estreia da mostra competitiva ?, Piedade, dirigida por Claudio Assis, combina ativismo ecológico e drama familiar em um elenco estelar, que inclui Fernanda Montenegro, Cauo Reymond, Matheus Nachtergaele e Irandhir Santos, os personagens tentam resistir à especulação imobiliária agressiva.

  • O diretor e sua equipe.
  • Assim como alguns dos atores.
  • Estiveram no Cinema de Brasília para ver o filme pela primeira vez na tela grande.
  • Animado.
  • Reymond disse que ficou extremamente chocado com o resultado final do trabalho.
  • Eu costumo ser bom em entrevistas.
  • Mas agora eu não sei se posso raciocinar.
  • Ainda estou chocado”.
  • Disse ele ao AdoroCinema em tom afável.

Apesar do aviso, Reymond não só permaneceu eloquente, como também comentou sobre o tom político adotado em Piedade: “Especialmente agora, com o derramamento de óleo no Nordeste, é, sim, um filme político. Acho que o cinema do Claudio [Assis], mesmo que não aborde diretamente a política, sempre fala de questões sociais, gênero, sexualidade, e é por isso que sonhei em trabalhar com ele. Além da irreverência, ele tem uma maneira de filmar e propor temas que tocam na ferida. que me interessa como artista? ele diz.

Na verdade, Assis é um diretor sem medo de incomodar, o que fica evidente novamente em Piedade, mas o interessante é que escolhas como a cena de sexo discutida com Reymond e Nachtergaele nunca parecem livres, o momento em questão é quando os personagens Sandro e Aurélio, ambos diante do preconceito e da aceitação da própria sexualidade, são contados em um cinema pornô, libertando-se, mesmo que temporariamente, dos laços da sociedade.

“O filme é lindo e é o avanço insidioso do ultracapitalismo em nós. A cena de sexo é mais insinuada do que explícita, realmente”, disse Nachtergaele em um post no Instagram, tentando dissipar a ideia de espetacularidade que a cena gerou tanto na plateia quanto na imprensa.

Assim como Aurélio, o inescrupuloso funcionário da companhia petrolífera Petrogreen, Nachtergaele é um dos pratos fortes da trama. O ator acredita que seu personagem representa a elite bolonaista de hoje, “querendo transformar o país em um negócio”.

“Aurélio é o típico brasileiro, um dos que ganharam a eleição. E nós somos Dona Carminha [Montenegro], olhando para o mar sem poder entrar”, disse, referindo-se a um dos problemas do filme: a impossibilidade de entrar no mar devido à presença de tubarões.

Irandhir Santos, por sua vez, estava tão ansioso para a estreia do filme em Brasília que nem chegou ao fim da sessão. “Eu não posso assistir meus filmes em festivais. Eu tento, até passo tempo no cinema, mas depois me sinto ansioso, e quando vejo, já saio da sala”, disse o ator. “Prefiro vê-lo quando começa em circuito aberto, com um público mais descontraído”, acrescentou. com uma risada.

E como não poderia ser diferente, Fernanda Montenegro, embora ausente, foi amplamente lembrada pela equipe, que compartilhou, durante um debate sobre o filme, várias histórias engraçadas do set de filmagem. “Eu não quero atirar comigo”, mas eu tinha certeza que ele era um fã de seu trabalho, tanto que ele descobriu quase imediatamente. Senti sua grande alegria em fazer parte da trupe, de querer viver com a equipe. Da mesma forma que nós, no mesmo hotel, sem motorista particular, sem companheiro?, revelou Nachtergale.

“[Montenegro] faz você querer melhorar o tempo todo”, acrescentou Reymond.

Se é muito cedo para declarar Piedade como a favorita ao prêmio máximo do Festival de Brasília, o melhor filme, vale ressaltar a boa receptividade do público e a crítica com o resultado na tela. o programa competitivo ao lado de A Fever, Alice Junior, Dead Volume, The Time That Remains, Loop e The Month That Has Not Ended.

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