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O Brasil está em quarentena há quase quatro meses pela pandemia coronavírus, com o fechamento dos cinemas e o compromisso com o conteúdo do streaming que rapidamente se torna fenômeno, a população que pode ficar em casa, para reduzir a curva de contágio, deve enfrentar um novo cenário. Isso inclui usar uma máscara na rua, limpar as compras, experimentar rápidas mudanças emocionais e restringir as relações sociais a uma tela de celular ou computador.
- Essa é a premissa da nova série do Globoplay.
- Diio de um Confinado.
- Que estreia na próxima sexta-feira (26).
- A produção segue Murilo (Bruno Mazzeo).
- Um solteiro de classe média carioca que tem que lidar com uma realidade inédita.
- Assemelhando-se à ficção.
- Durante a pandemia Covid-19.
- Composta por 12 episódios.
- O programa foi interpretado e roteirizado por Mazzeo e dirigido por sua esposa.
- Joana Jabace (Segunda Chamada).
- Fernanda Torres.
- Lázaro Ramos.
- Lavcio Mauro Filho.
- Arlete Salles.
- Debora Bloch.
- Renata Sorrah.
- Matheus Nachtergaele e até Lulu Santos também participam do casting.
O AdoroCinema conversou com Mazzeo e Jabace em uma coletiva de imprensa virtual sobre os maiores desafios de gravar uma série em casa, em quarentena, enquanto cuidava de crianças gêmeas de até três anos e, claro, ter que se apresentar com outros artistas remotamente.
“O diário de um confinamento não tem arco”, explicou Bruno Mazzeo sobre um programa produzido no meio de uma pandemia. “A série é crônica, então cada episódio trata de um tema, de limpeza, de exercício, eles são temáticos. Eu nem tenho tempo para desenvolver tal arco e tudo mais, mesmo quando começamos a fazê-lo, eu não sabia quanto tempo funcionaria e tudo mais. “
Em dez minutos de episódios, o escritor e ator quis abordar o que ele chama de “balanço de sentimento” que as pessoas experimentam em quarentena. “Um dia ele acorda calmamente, outro dia ele está muito deprimido, desesperado. Temos um episódio onde o personagem é mais feliz, quem vai ter um encontro, e então no dia seguinte ele é super melancólico, quer terapia porque ele não pode equilibrar os capítulos também. Alguns são mais inquietos, outros são mais contemplativos. Não é uma história completa com uma obrigação arco.
Embora os artistas apoiassem o movimento #FiqueemCasa, dado o crescente caso de COVID-19 no Brasil, a série não tinha a intenção de abordar o problema social ou a doença, com maior foco na comédia da situação. “Estamos falando de contenção, uma única pessoa em casa tem que lidar com tudo isso”, disse o protagonista. “No início, ouvimos relatos, memes das pessoas, e sempre temos essa habilidade de dar uma olhada engraçada em uma tragédia. Vivemos em tragédia, automaticamente um prato inteiro para a comédia.
“Mas em nenhum momento trazemos um contexto social ou zombamos da pandemia”, acrescentou Joana Jabace. “É uma crônica dos costumes, de um homem confinado, da classe média do Rio. É um trecho muito pequeno, nem pretendemos perceber o que é estar confinado a diferentes classes sociais, seja na periferia ou fora dos grandes centros do Brasil. É um microste. “
A série estrelada por Bruno Mazzeo foi criada praticamente apressada, sem negligenciar a qualidade da dramaturgia. “Desde que projetamos o Diio de um Confinado e iniciamos a produção até o seu início, levou um mês e meio. Ainda estamos editando e editando. episódios”, disse o ator e roteirista. Tivemos uma emergência, porque estamos falando de coisas que em um determinado tempo não existirão mais, ou serão mundas. Não sabemos como será no final, mas quem garante que não teremos que usar anos quando tivermos mais de 5 pessoas no mesmo ambiente?Isso se tornaria comum, como era há mais de dois meses”, disse Mazzeo. ” Esta é uma notícia muito abrupta para todos. Muitos foram interrompidos por coisas, seja um trabalho, uma viagem. . . De repente nos encontramos em uma nova realidade, alguns anos atrás seria uma distopia. “
“Passar álcool gel não é novidade hoje”, confirmou Joana Jabace. “Queríamos rapidamente trazer a série para o ar. Como as coisas estão chegando ao fim, todos esses problemas que estamos enfrentando atualmente, não sabemos exatamente como será em um momento. Esta não é mais uma série que nos preocupa. Acabamento artístico, que eu tive muito tempo para montar, ou que Bruno teve muito tempo para escrever. Em vez de desenvolver processos, escrever, dirigir para terminar, acho que era nosso desejo expor algo que falaria sobre a urgência do que estamos vivendo. “
No entanto, embora gravada com o ator e diretor, a série não se parece com uma produção nacional, mantendo o padrão de produção da Globo. Muito disso vem do olhar estético de Joana Jabace, que também é diretora artística. para fazer uma dramaturgia que não se limitava à interface do computador. Murilo não só fala com outros personagens em seu celular ou computador, há todo um universo desse personagem que é ele em sua casa. Direção, corte, paleta, enquanto tentamos criar esse mundo do Murilo. “
Para isso, Mazzeo e Jabace transformaram a sala de estar da casa no loft do protagonista, a fim de ser uma casa com uma “cara única”, como revelado pelos diretores. “Com exceção do banheiro e da cozinha. “” tudo acontece na sala de estar”, disse Bruno, explicando que isso facilitou a restrição da gravação colocada dentro da casa. Além disso, permitiu que a equipe de arte enviasse objetos para compor conjuntos, que incluíam “kits de fast food” e “objetos sujos de cozinha”.
Para Jabace, o maior desafio de Diário de um Confinado era usar a casa como cenário para um filme. “Foi uma experiência totalmente nova. Desde a linguagem do programa até a forma como foi feito, testado e experimentado diariamente O tema da nossa casa se tornando um conjunto de filmagens é um grande desafio, pois temos dois filhos pequenos e o tema da frota do que está em casa e o que a vida privada da família era totalmente confusa.
Segundo Mazzeo, os filhos do casal adoravam ter seus pais em casa 24 horas por dia, com uma dedicação quase exclusiva a eles quando tinham pouco mais de 40 anos, e odiavam desperdiçar seu espaço durante as filmagens.
Sem contar que, sem uma equipe física, toda a organização era comandada por Bruno, Joana e um fotógrafo que morava com eles na época. “Uma produção televisiva é muitas vezes tão grande, e há tantas pessoas no set que cada vez mais o diretor e os atores estão fazendo cada vez menos. Mas no Diio de um Confinado, tivemos que gerenciar tudo, preparar o chão quando acabasse, preparar o chão para o dia seguinte, algo que não acontece na televisão. produção, uma novela “, comparou Joana.
O mesmo aconteceu com os atores convidados, que participaram da série.
Balão
O Diario de un confinado tem grandes nomes do elenco, como Fernanda Torres, Lázaro Ramos e Álcio Mauro Filho. “Havia algo sobre resgatar uma atitude dos atores mais próximos ao teatro, onde o ator tem que cuidar do próprio palco. objetos, seu próprio guarda-roupa, sua maquiagem “, explicou Jabace. Renata Sorrah, que interpreta a mãe de Murilo, por exemplo, e os outros atores receberam kits em casa, pois havia toda uma estrutura tecnológica para que eles também fossem filmados. Eles enviaram uma foto do fundo que iam usar, nós debatemos os trajes porque não enviamos os trajes para os atores, eles apenas vestindo suas roupas com um coador meu. “
Quanto à escolha do elenco, Mazzeo explicou que foi devido à proximidade. “Como existe esse problema de distância e a Joana gosta disso em lidar com o ator, precisávamos que as pessoas com a gente tivessem a menor intimidade ou proximidade, porque elas não seriam capazes de desenvolver essa intimidade e todos concordam porque também sentem esse desejo de fazer algo naquele momento, de estarem juntos.
“Havia algo muito curioso sobre isso, que está agindo remotamente”, continuou ele. “Descobrimos isso fazendo isso. Mesmo algumas coisas que já mudaram na dramaturgia, no texto, se você fizer uma cena pessoalmente, você fala um do outro e eles podem ter breves interrupções. Se você está em uma chamada de vídeo e um está em cima do outro, bloqueia o outro som, entra em um período de tempo, então nós estávamos tentando encontrar maneiras de agir como uma coisa porque nós não sabíamos se ia ser lento, chato de ver. Felizmente, temos alguns amigos muito talentosos.
Enquanto a maioria dos atores participava remotamente, através de uma chamada de vídeo, uma por episódio, alguns brincavam pessoalmente com Murilo, atores fortes vizinhos de Mazzeo e Jabace. “Debora Bloch, que mora em nosso prédio, faz cenas no saguão do nosso prédio como vizinha da personagem. E, no último episódio, Murilo sai de casa, porque precisa dar a volta no quarteirão, sai completamente protegido, com máscara, chapéu, luva, e conhece Matheus Nachtergaele, que na verdade é nosso vizinho, mora no prédio ao lado do nosso e passea com o cachorro, explica Joana.
A diretora Joana Jabace também explicou a importância e a mensagem que Diio de um Confinado quer transmitir, que enquanto vários filmes, séries e até novelas paralisaram suas produções, é um sucesso que eles estão lançando conteúdo inédito na televisão aberta e no streaming Globoplay neste mesmo “É uma força que fala de reformulação da arte, porque é algo fundamental que ajuda a todos nesse período de quarentena e confinamento” Jabace disse.
“Quando a pandemia aconteceu, ninguém sabia exatamente no que vivíamos. Pulgas caíram lentamente. Quando fui ler os protocolos de filmagem de outras partes do mundo, que já estavam um passo à nossa frente na pandemia, percebi que antes da vacina, não conseguiríamos gravar e produzir como fizemos”, disse o diretor. “Você não pode pensar em um texto, uma série pré-Covída para fazer em um momento pós-Covid. Precisamos nos reinventar como artistas, pensar em ideias que possamos perceber agora. Essa é a mensagem sublime da série, que o show não vai parar, os artistas não vão morrer, os artistas sempre vão se reinventar, a cortina. não vai fechar.
Diário de um Confinado estreia no Globoplay na próxima sexta-feira (26). A partir de 4 de julho, a série irá ao ar todos os sábados na TV Globo, e a partir das 6 no Multishow, e terá captações ao longo do mês no GNT.