Entre o final dos anos 1960 e a primeira metade da década de 1970, o Cinema Marginal foi um movimento essencial na carreira cinematográfica brasileira. Reagindo ao contexto político da época, buscando contornar a censura da ditadura militar, as obras promoveram linguagem ousada, construída sob a forma de indignação e questionamento público. A figura privilegiada eram ladrões, prostitutas, artistas e outras figuras marginais em um sistema capitalista.
Jovens infelizes ou um homem que grita O Urso Dançante de Thiago Mendonca, ao mesmo tempo, consegue salvar a verve provocativa deste cinema e concretizá-lo com os conflitos políticos e sociais do século XXI. capítulos e um prólogo, apresentados em ordem inversa: começamos no final, então descobrimos como esses personagens se conheceram e por que eles tomaram suas decisões. Essa escolha serve tanto para romper com a linearidade tradicional quanto para começar com um choque, um ato extremo de Solo então busca empatia com os personagens. O gesto é arriscado e alinhado com a ideologia da gestão.
- Os protagonistas são libertários e artistas libertinos.
- Organize peças anárquica pregando os valores do comunismo.
- Do amor livre e do confronto com o estado atual.
- O projeto assume uma interessante mistura de ficção e documentário: enquanto os diálogos da trupe nos bastidores fazem parte de uma trama roteirizada.
- A participação de atores nas Manifestações contra a Copa do Mundo e contra a opressão da polícia militar em São Paulo foi registrada nos fatos e integrada ao projeto.
- O que torna ainda mais urgente.
- Atual e corajoso.
- Pelos riscos que são tomados durante a produção.
Na tela, a história adquire um caráter episódico, mas em nenhum momento inconsistente, pelo contrário: as experiências artísticas do grupo estão associadas ao ativismo político, gerando esboços que provocam ação direta na cidade, como o “Quadradinho da Cruz”. , provocação às igrejas neopentecoscas e uma sátira hilária de?Nova York, Nova York?adaptado a Cracol’ndia e encenado no meio da Avenida Paulista. Com a inclusão de cenas e documentos judiciais sobre a União Soviética, o filme salva a noção de arte como elemento subversivo e transformador e também cria um contexto plausível para justificar o descontentamento desses jovens e suas consequentes ações de guerrilha.
Em meio a diversos trabalhos do XIX Tiradentes mostrando a pesquisa estética como um fim em si, é uma excelente combinação de ambições artísticas e políticas, prova de que o cinema pode manter um discurso totalmente coerente sem perder seu potencial estimulante. Os episódios são mais desenvolvidos do que outros, o que já é esperado em uma narrativa segmentada, mas é um trabalho que destila energia e comunidade, tratando as autoridades com desprezo e pessoas privadas de seus direitos com humanismo caloroso.
Filme visto na XIX Mostra de Cinema tiradentes em janeiro de 2016.