Crítica do AdoroCinema para a Sibéria: o vácuo

Na Sibéria, o diretor Abel Ferrara leva o personagem de Willem Dafoe por caminhos sombrios e sombrios, enquanto estes são os mesmos que contêm fragmentos de sua vida passada, o protagonista morreu imediatamente, perambulando por caminhos que às vezes os perturbam, outros nostálgicos. Não há muita coerência na história em si, já que o verdadeiro objetivo do cineasta é provocar o espectador com imagens sem muitas linhas que se referem a um pesadelo, a um sonho que não se pede para realizar.

Para quem já viu O Farol, certamente a presença de Dafoe em outro personagem complexo que não é explicado (e não explicado de forma mais profunda) trará reflexos de seu papel na ilha isolada ao lado de Robert Pattinson. Só que desta vez, ele só fica na maior parte do tempo, imerso em sequências com monólogos ou conversas com sua ex-mulher e dois russos aparecendo em sua cabine no meio da noite, por exemplo, há até espaço para um peixe falante e cenas em que ele conversa com seu pai (também interpretado por Dafoe), um cirurgião, que explica seus problemas na vida ao mostrar imagens de cirurgias sanguíneas fluindo na tela.

  • A proposta de Ferrara pode funcionar de formas diferentes para o espectador.
  • Ou nada.
  • Se por um lado a loucura tem sido explícita para nós desde o início do filme.
  • Com longos silêncios e uma interpretação maluca de Dafoe.
  • Por outro.
  • Por outro lado.
  • Todas as misturas de imagens envolvendo sexo.
  • Discussões.
  • Monólogos e contemplações podem não convergir como em um filme comum.
  • Mas a Sibéria não é realmente um filme comum.
  • Ferrara modela sua origem da loucura.
  • Excentricidade em conceitos sobrepostos e símbolos relacionados com a vida do homem solitário.

A caverna que Clint entra é uma metáfora para a imersão que faz em sua mente, a escuridão que a habita já é uma extensão de si mesma, bem como a aleatoriedade das pessoas e as sensações que aparecem diante de você. si mesmo no papel do protagonista, porque este turbilhão de elementos se mistura com a falta de atenção do filme para dar sentido à sua jornada. Afinal, entendemos desde o início que esta é a história de um homem perdido no tempo, no espaço e em si mesmo.

No entanto, a conexão superficial do personagem com o que ele mesmo experimenta durante esses 90 minutos está muito mais próxima da falta de sentido do que da intenção do diretor de oferecer uma experiência cinematográfica completa, mesmo que ele não saiba exatamente para onde quer ir. O mundo da Sibéria é guiado por uma fotografia que se refere a Terrence Malick e aos horizontes dados a ele pelo Universo, muito mais do que por uma trama que apresenta o mais ilógico que existe entre sonho e pesadelo. É inevitável ser absorto nesta vida e suas sólidas ramificações entre o passado, as memórias e fantasias do protagonista, mas esse emaranhado também impede uma visão clara da verdadeira essência da história em si.

Filme visto no 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim em fevereiro de 2020.

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