La Virgen de Agosto é um filme sobre a busca da felicidade, por mais clichê ou convencional que possa parecer, o drama do diretor espanhol Jonus Trueba está longe de ser qualquer proposta tradicionalista. O sentimento de solidão e o descumprimento da protagonista Eva (o grande Hisaso Arana) está representado na contemplação, na ideia de uma pessoa que tem atração e nojo pela própria cidade, pelo lugar onde nasceu e de onde nunca saiu; é uma jornada triste, poética e filosófica que se baseia em debates melancólicos sobre expectativas, limites e desconforto.
A ideia de Eva, na primeira quinzena de agosto em Madri, é se tornar uma turista em sua própria cidade, tomar a decisão de fazer uma espécie de retiro espiritual, o contraponto é que ela faz isso no lugar que ela conhece melhor. Mas ele é uma pessoa livre de qualquer plano e conexão, guiado por oportunidades?O que significa reuniões inesperadas com velhos amigos, com pessoas das quais ele foi separado há muito tempo e novas amizades forjadas nos lugares mais implausíveis e aleatórios. para formar uma nova perspectiva sobre ele, e é nesse ritmo que o filme está imerso em sua pesquisa.
- A partir daí.
- Começamos a acompanhar Eva em seus passeios diários.
- A cada dia sendo delimitada por mapas.
- Que nos levam do início ao fim da trama.
- Um recurso que.
- Embora facilite a história.
- Ajuda a contar a história e mostrar como a protagonista está ao mesmo tempo descobrir mais de si mesma e estar mais confiante de que ela não tem forma em lugar nenhum.
- Ele ouve mais do que fala.
- Pede desculpas mais do que pede desculpas.
- Mas ele também sempre faz mais esforço do que deveria.
- Em certos momentos.
- Todos os seus esforços podem ser em vão.
- Mas você não está necessariamente interessado em recompensas.
- Você busca uma identidade.
- Mesmo que a resposta seja a ausência de uma identidade única.
Reflexões sobre esse tipo de tema introspectivo, a verdade obviamente não são objetos estranhos para o cinema, mas o que La Virgen de Agosto propõe vai além do óbvio, pois se baseia em diálogos poderosos e composições visuais que ajudam a contar a história, seja em cores, no uso de locais turísticos em Madri ou na forma como a câmera é estratégica no uso de cenários; Agora Trueba escolhe destacar espaços vazios durante os momentos solitários de Eva, agora a melhor coisa que ela pode fazer é abrir espaço para a multidão quando ela está em um coletivo, sem dizer isso, ela aponta o quão sufocada ela se sente e quando a solidão é a maior. Conforto.
É neste espaço, representando essa mulher com profunda honestidade, que o aspecto contemplativo da trama transcende da melancolia à exaltação, e descobrimos que enfrentamos uma narrativa extremamente verdadeira e sensível de momentos reais e banais. A rotina de forma tão poética e mágica que a Virgem de Agosto se torna uma poderosa jornada de auto-descoberta, aceitação e amor próprio, servindo exatamente a autorreflexão que é um dos grandes objetos de estudo da sétima arte. É sua maior conquista, o que faz de Eve, que não tem um nome bíblico, finalmente uma pessoa completa. E como pode ser ótimo.
Filme visto no 21º Festival de Cinema do Rio em dezembro de 2019.