Filha de um mago proeminente e humano normal, a jovem mestiça Sabrina Spellman (Kiernan Shipka) está prestes a completar 16 anos. Como é tradição das bruxas, ele terá que assinar um pacto que guiará sua vida aos ensinamentos do Lord das Trevas, mestre supremo da Igreja da Noite. Porém, seguindo a essência deixada pelo DNA paterno, a jovem decide questionar não apenas os ensinamentos postulados por outras da mesma “espécie”, mas também mostrar possíveis alternativas para viver em paralelo com ela. mortal, desafiando assim séculos de tradição. THE DARK WORLD OF SABRINA requer algum preparo para ser totalmente apreciado, digo isso porque em essência a série é sustentada por elementos focados em bruxaria, vodu, canibalismo, homossexualidade, blasfêmia, sacrifício, traição, idolatria e um grande acervo de detalhes que o a maioria dos céticos prefere à distância. Embora esta lista não exaustiva sirva como parâmetro descritivo, o criador da série Roberto Aguirre-Sacasa conseguiu desenvolver uma narrativa em que nada é categoricamente pesado ou ofensivo, mantendo uma linha de construção coesa e relativamente envolvente. Grande parte da força da série é mantida graças ao elenco incrivelmente bem enquadrado, principalmente a família Spelmann que, além da protagonista, traz consigo a gentil e carinhosa Tia Hilda Spellman (Lucy Davis), a exigente tia e não menos emocional. Zelda Spellman (Miranda Otto) e o amigo e sempre amigável primo Ambrose Spellman (Chance Perdomo) ainda mantêm uma relação versátil, pontual e naturalmente funcional, tornando cada cena uma brisa. Obviamente, ainda há outros destaques como o sumo sacerdote da igreja à noite, Faustus Blackwood (Richard Coyle); grande mestre / bruxa dos desenhos animados Mary Wardwell (Michelle Gomez); o trio envolvido liderado por Prudence Night (Tati Gabrielle) entre outros. Ambientada hoje, a série ainda tem força para criticar a idolatria religiosa, demonstrando na medida do possível elementos dos quais mostra como pessoas submetidas a crenças desenfreadas tendem a se perder diante da realidade real. Não que THE DARK WORLD OF SABRINA sirva a esse propósito principal, mas funciona incrivelmente bem para o olhar atento. No Limiar dos Feitiços, a divertida série (que já venceu as 2ª, 3ª e 4ª temporadas oficiais) tem ótimas ideias, um elenco afiado, trajes feitos sob medida e sem exageros, além de uma história que muitas vezes nem se desenvolve por ser original, mas utilizando elementos invejáveis existentes em um ambiente escuro e ao mesmo tempo amigável. Tudo com a dose certa para encantar o público sem nunca embriagá-lo de prazer, obra recomendada a admiradores e adoradores do gênero.
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