Clube da Luta: Avaliações

David Fincher surpreende com um olhar atento para a realidade. Para quem quer ver os males de uma sociedade controlada pelo consumo e pela solidão, resta olhar de perto as feridas abertas que o cineasta expõe. “Clube da Luta” se tornou uma obra estigmatizada pelo atentado a uma sala de cinema do shopping Morumbi, na cidade de São Paulo, promovido por um psicopata que atirou aleatoriamente no público do filme. Naquela época, surgiram várias discussões sobre a capacidade do filme de despertar o lado violento de cada um. Numerosos estudos destacam o poder transformador do cinema no imaginário coletivo e também nas ações e pensamentos individuais. Sabemos que o cinema promove mudanças profundas na forma de pensar e agir a longo prazo. No entanto, “Fight Club” é mais sobre a sociedade de consumo do que violência. Fincher busca uma sociedade em que as coisas que compramos pertencem a nós e não a nós, como disse o alter ego sexy e irreverente do personagem principal. Ao contrário da sociedade de consumo, onde se quer acumular dinheiro e todo tipo de poder, neste filme os participantes do clube querem perder. Homens atormentados pelas mais variadas tragédias encontram uma saída para a dor perdendo suas lutas e não vencendo-as, ao contrário das sociedades capitalistas e competitivas, que dividem as pessoas em vencedores e vencidos. No “Clube da Luta”, ganha quem perde. O filme merece alguns minutos de nossa atenção antes de ser rotulado como um pedido de desculpas pela violência. A linguagem fragmentada e acelerada às vezes é um pouco perturbadora, mas claramente nos leva de volta ao mundo anunciado em catálogos de lojas, que vendem promessas de felicidade na forma de eletrônicos, gadgets e uma série de itens de consumo; Isso nos leva de volta a uma sociedade em que tudo acontece muito rapidamente, em que mal temos tempo para nos perguntar o que está acontecendo ao nosso redor, o que está acontecendo conosco. Uma das partes mais bonitas de “Clube da Luta” é quando a personagem interpretada por Helena Bonham Carter se compara ao vestido que está usando, dizendo que essa roupa que alguém amou por um dia, ela comprou por apenas um dólar. O que realmente queremos comprar na sociedade de consumo? “Clube da Luta” também discute o tema de falar muito e quase nada para ser ouvido. O protagonista interpretado por Edward Norton afirma participar de grupos de apoio a várias doenças, reunindo nesses encontros pessoas capazes de ouvir o que os outros falam. Mais do que ouvir. Eles realmente se importam, choram, compartilham, emergem em um sentido de vida mais significativo, quando mergulham nas profundezas da dor de outras pessoas. A cada leitura, “Clube da luta” se revela como algo mais delicado e urgente: abaixo do consumo e da incomunicabilidade, está a solidão.

19 1

  • Sempre tive uma relação de amor e ódio com este filme.
  • Às vezes eu assisto e acho que é o melhor filme já feito.
  • Outras vezes eu acho totalmente uma merda.
  • Veja.
  • David Fincher já é um diretor de cérebros.
  • Seus filmes são frios e seus personagens não parecem humanos.
  • Lá vai ele e adapta uma história fria e sombria que.
  • Em última análise.
  • Fala a vários aspectos podres da humanidade.
  • No entanto.
  • O filme é uma crítica contundente de estilos de vida que mantém os homens presos ao descontentamento.
  • É um filme intencionalmente brutal e insano.
  • Uma crítica azeda do homem moderno.
  • Uma análise fatalista da masculinidade em suma (embora.
  • Em última análise.
  • Todas as mensagens que o filme se propõe a transmitir sejam tolas e hipócritas.
  • Mascarando a anarquia selvagem com o discurso burguês.
  • Da libertação de os laços opressivos de uma vida segura de classe média alta.
  • As atitudes e a fala do personagem de Tayler Durden ilustram bem isso).
  • Enfim.
  • Uma boa parte da crítica que pode ser feita e porque muitas pessoas não gostaram muito dele.
  • é que eles elevaram a um nível que ele nem mesmo pretendia.
  • Pertencem.
  • Várias teorias malucas e elogios desproporcionais.
  • O filme pode ter impactado na época.
  • Mas hoje todos os temas que aborda já estão desatualizados e não fazem mais sentido.
  • A ótima atuação do elenco principal e a técnica apurada fazem com que tudo valha a pena.
  • Eu o recomendo.
  • Mas foi altamente superestimado.
  • Junto com O Iluminado.
  • O filme mais ridiculamente superestimado em décadas.
  • Está longe de ser ruim.
  • Mas a euforia quase religiosa desse blefe é foda.
  • E digo isso como se você tivesse gostado do filme e visto algumas vezes.
  • Eu realmente gosto do humor e da atuação de Norton.
  • Bem como da direção tecnicamente competente de Fincher.
  • Um filme divertido.
  • Mas chamá-lo de maravilha do cinema é demais para forçar.
  • Brad Pitt é constrangedor.
  • Aliás.
  • O personagem dele já é uma piada.
  • Então tudo bem.

19 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *