Cear Cinema 2019: Soldados da Borracha a ferida histórica do país, o curta-metragem Marie vibra

Uma noite especial para o cinema em Cear.

No 29º Cearo Cinema – Festival Ibero-americano de Cinema, a noite de 4 de setembro foi muito especial para a produção local, dos cinco filmes apresentados, quatro foram pelo Cear e o quinto, a produção de Pernambuco Marie, acontece em parte no Cear.

  • Soldados da Borracha.
  • De Wolney Oliveira.
  • Foi o único longa-metragem apresentado no Cinema São Luiz.
  • Exibido fora da competição (afinal.
  • O cineasta também é diretor executivo do Cine Cearo).
  • O documentário apresenta a história dos trabalhadores enviados ao norte do país durante a Segunda Guerra Mundial.
  • Para produzir borracha e enviá-la ao Exército dos Estados Unidos.
  • Americano.
  • Após a experiência do trabalho forçado.
  • Em condições precárias.
  • Os sobreviventes ainda lutam para receber salários e compensações.

Embora construído como um filme denunciando a negligência do governo com seus trabalhadores, o resultado aparece em um tom melancólico, protagonizando principalmente entrevistas com idosos que esperam reparação, mas têm pouca esperança de justiça.

Leia nossa crítica

Como parte da mostra competitiva, quatro novos curtas-metragens foram exibidos, com foco em Marie, vencedora do Prêmio do Júri da Crítica no último festival de Gramado. La filme comovente dirigido por Léo Tabosa conta a história de uma transexual (a grande Wallie Ruy) para enterrar seu pai, que nunca aceitou sua identidade de gênero.

O projeto tem produção impecável, muito consistente no uso de conjuntos, iluminação e escolha de fundição. Uma poderosa sequência noturna tirada na traseira de um veículo, com um zoom lento que coroa a intimidade entre Marie (Wallie Ruy) e Estevao (Rumulo Braga). ), demonstra o impressionante talento do cineasta. Após o belo trabalho em Nova York, Tabosa se torna um nome para olhar de perto, enraizado em filmes futuros, sejam curtas-metragens ou longas-metragens.

Um apêndice: apesar do título oficial Marie, os painéis na tela indicam, no início e no fim, o título eu te amo, Maria ou “Eu te amo, Maria”. Isso poderia ser uma referência à viagem de Jean-Luc Godard?auto-descobrindo, eu saúdo você, Mary?

Entre os outros curtas-metragens, O Tempo do Olhar e Olhar no Tempo, de Samuel Brasileiro, estreia de forma aparentemente convencional, quando a avó do cineasta conta suas memórias enquanto as fotos do tempo rolam pela tela.

No entanto, logo parece que a mulher nas fotos não combina com sua avó, enquanto a narrativa sonora é separada das imagens. O diretor busca parcerias cada vez mais poéticas e metafóricas, mesmo com um tiro final fascinante, concluindo o filme de forma muito poderosa.

O drama Marco, dirigido por Sara Benvenuto, apresenta o retorno de uma jovem à sua cidade natal em um funeral, o que o coloca em um curioso diálogo com Maria. A intenção de trabalhar a sexualidade fluida do personagem, através de planos de longa sequência, é particularmente interessante, além de colocar organicamente situações de opressão contra as mulheres.

Apesar disso, o filme sofre de problemas de captura e edição de som, o que torna incompreensível alguns diálogos, bem como performances um grau acima do realismo. A escolha de transformar todos os conflitos em catarse (explosões mãe-filha) poderia ser mais equilibrada. apostando em sugestões ou deduções do espectador.

A oração ao cadáver desconhecido, liderada por S-vio Fernandes, faz uma incursão ousada na ficção científica e suspense/terror ao apresentar a descoberta de um cadáver anônimo perto da casa de dois trabalhadores que duvidam do que fazer, ao perceber a origem sobrenatural dos fatos.

O filme consegue criar a atmosfera, mas encontra dificuldade em apresentar uma produção que faz jus às suas ambições (veja o uso de efeitos especiais no final, ligados ao caráter do filho) ou mesmo desenvolver personagens: por que o pai decide imediatamente esconder e destruir o corpo?O final aberto deixa a impressão de um projeto mais interessado na manipulação do gênero do que na elaboração de uma narrativa.

A última noite do programa de cinema competitivo Cear apresenta o longa-metragem Greta de Armando Praca, estrelado por Marco Nanini e Demick Lopes, e o último curta-metragem a ser exibido será Rua Augusta, 1029, de Mirrah Ia’ez, O Grande Amor de um Lobo, de Adrianderson Barbosa e Kennel Ragis, Islands of Heat, de Ulisses Arthur e Pop Ritual, de Mozart Freire.

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