Avaliação do AdoroCinema para Volume Morto: Inovação parou

Há uma raridade bem-vinda em Dead Volume. No nada se sabe sobre os três personagens do elenco, por que eles agem de forma tão suspeita ou quais motivações os mantêm juntos em uma situação improvável. Enquanto assistimos ao filme, a sensação de que algo mudará a situação. A direção da trama e dos personagens está prestes a acontecer é constante, que, com a obra de direção de Kau Telloli, é responsável por fazer o espectador se sentir ansioso por grande parte da projeção. Quanto mais imersivo o suspense, maior a necessidade de entregar um fim digno do tempo do espectador. Um dos problemas desta função é precisamente que ela só pode manter a coesão no último minuto.

Os problemas de Dead Volume estão basicamente no roteiro, muitas dúvidas surgem, mas poucas respostas, há uma diferença entre não oferecer todas as respostas ao espectador, incentivá-lo a ter suas próprias performances, e simplesmente não saber onde está a história. Esta produção tende mais para a segunda opção. Afinal, de onde vem a obsessão de Thamara (Fernanda Vasconcellos) pelo garoto que ela está tão determinada a ajudar, e como você se envolveu tão profundamente com ele?Como Luiza lida com a figura claramente abusiva do marido?O que é a dinâmica familiar e como ela se manifesta na escola?

  • Ao sugerir que pais e professores são “maus educadores”.
  • Volume Morto flerta com a ideia de questionar a falta de prontidão das instituições e suas figuras centrais quando se trata de educação infantil.
  • Uma questão mais do que relevante.
  • No entanto.
  • Ao não se aprofundar nessas questões.
  • O filme beira o irresponsável.
  • Primeiro porque coloca a necessidade de manter o suspense a todo custo às custas de um melhor desenvolvimento da trama.
  • E segundo.
  • Sugerindo que todo o aspecto abusivo retratado nada mais é do que uma invenção.
  • Da mente criativa de Gustavo.
  • Mesmo que fosse esse o caso.
  • Essa imaginação não diz nada sobre a criança ainda?.

Também é problemático que a figura de Roberto (Daniel Infantini) nunca sofra consequências por agredir fisicamente uma mulher, o que parece ser um pouco recorrente na trama, isso aliado a cenas de luta corporal entre Roberto e Thamara cheias de música pop, mostra que a violência não é apenas minimizada, mas naturalizada pelo filme, além disso, adotando a câmera super lenta em tempos de confronto físico Telloli abre a possibilidade de agressão ser vista como um fetiche.

Existem abordagens válidas para a funcionalidade, como usar o ruído das notificações de interação em um grupo de Whatsapp como trilha sonora, os sons combinados com os planos detalhados mostram um caráter maduro no aspecto técnico da produção, que também é destacado pelo trabalho fotográfico. e direção artística, que juntos transformam a sala de aula em um ambiente frio e claustrofóbico. Desafiando em sua premissa de que todo o filme é uma conversa entre três pessoas em um só lugar, Volume Morto e seus problemas de roteiro dificultam o seu trabalho de posição inovadora no cinema brasileiro, embora tenha seus méritos para tentar.

Filme visto no 52º Festival de Brasília em novembro de 2019.

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