Independentemente do juízo de valor atribuído após a experiência, é quase sempre refrescante acompanhar o trabalho da exposição Novos Rumos no Festival do Rio, cujo olhar se concentra nos novos diretores e, sobretudo, nas novas linguagens do cinema brasileiro. Essa energia, felizmente, se manifesta no Terminal de Praia Grande, embora acabe apostando em inovações estéticas em detrimento de um cenário melhor desenhado. Com poucos diálogos e uma essência contemplativa, o filme de Mavi Simo parece mais confortável em usar elementos não convencionais que escondem sua força. No entanto, quando você entra em um terreno mais plano, a tendência é pecar no excesso.
Um dos maiores trunfos do projeto é poder nos ajudar sem dificuldade no comportamento de um único personagem: Catarina (Ureia Maranhão), é aquela que nos presenteia com um S. Lúgubre melancólico e escuro, caracterizado por uma fotografia que foca grandes câmeras, planos abertos e iluminação parcial lateralizada, a fim de destacar pequenas áreas da pintura?nas primeiras cenas vemos parte do rosto do protagonista iluminado pelo brilho da tela do celular, enquanto o resto está imerso no escuro, uma característica bem-vinda para ditar o suspense; O banheiro da personagem é mostrado apenas de uma posição alta, mantendo o mistério da identidade da mulher cuja rotina nos leva a seguir.
- Quanto às cores.
- A direção da fotografia também é cautelosa quando se trata de construir uma cidade em que o vermelho ocasionalmente aparece em uma estética dominada pelo azul.
- Ilustrando assim o estado onírico de Catarina.
- Momentos depois.
- Os mesmos ambientes são pintados com áreas contrastantes de magenta quente e luz verde.
- O que mostra a transição para o mundo real.
- Diante de tantos trabalhos que enfatizam a delimitação de situações passadas.
- Desde sonhar e sonhar até tons desaturados ou outros dispositivos excessivamente didáticos.
- é interessante observar o quão elegante o Terminal Praia Grande é em desistir de tempos e espaços com apenas pequenas modificações de paleta se traduz em uma estética que grita da anterior.
Quando uma figura do passado de Catarina retorna à sua vida, a ideia é que o diálogo entre os dois, bem como a reunião, se torne um prenúncio do destino que a espera. O problema é que o texto, em suas dificuldades de ser fluido e sutil, corre o risco de praticamente entregar o resultado do mistério. “E se eu te contar que estou morto”, pergunta Didaticamente Francisco (Rafael Lozano), tentando despertar preocupação no protagonista e, portanto, na Troca Final entre os dois é igualmente duradouro, além do movimento da câmera, que abre o plano e deixa bem claro o que aconteceu, o cenário ainda sente a necessidade de fortalecer a compreensão com um diálogo explicativo.
É trágico, é claro, que surja um grande obstáculo quando o protagonista se prepara para uma mudança em sua vida, mas a verdade é que fica difícil sentir o impacto das consequências, porque não sabemos, de fato, quem é isso. pessoa é, quais são suas aspirações, suas dores e suas esperanças, ou por que uma transferência para outra cidade é importante. O que vemos é uma jovem em busca de um novo começo, uma característica importante em si mesma, mas o fim certamente teria mais impacto se Catarina e Francisco se desenvolvessem ainda mais. Assim, mesmo com um ritmo, tom e estética que impedem que a narrativa pareça vazia, o Terminal de Praia Grande perde a oportunidade de se tornar substancial.
Filme visto no 21º Festival de Cinema do Rio em dezembro de 2019.