AdoroCinema pela morte de Stalin: Tragicomédia do poder

A chegada desta comédia aos cinemas em meados de 2018 é curiosa quando governos liberais salvam o fantasma do perigo vermelho, mesmo que nenhuma revolta comunista tenha entrado no horizonte, as práticas soviéticas estão cercadas de mistérios, mitos e ignorância dos fatos – para ver a própria morte de Stalin, interpretada de diferentes maneiras pelos historiadores. Diante de tamanha imprecisão, é surpreendente como a Morte de Stalin consegue ser hilária e bastante fiel aos fatos mais conhecidos.

O diretor Armando Iannucci, especialista em sátira política, se destaca pela obrigação do realismo, trabalhou com uma tropa de americanos e britânicos, falava inglês sem sotaque russo, e se permitiu considerar os principais líderes soviéticos um grupo de inseguros, ambiciosos homens, envergonhados, tirânicos e hipócritas. O filme é uma sátira de execuções, abusos sexuais, prisões em massa. A comédia contrasta com o texto cômico e a imagem séria: embora faça piadas sobre os mortos, tenta revelar a gravidade da situação por meio de cenas explícitas. A trama preserva o povo para atacar os poderosos, criticando assim as estruturas de poder.

  • O principal motor da narrativa está nos diálogos entre o vice de Stalin.
  • O chefe do governo secreto.
  • O diretor das forças armadas.
  • Ministros e outras personalidades em torno do líder soviético.
  • Os nomes reais permanecem.
  • Bem como uma quantidade surpreendente de detalhes.
  • Desde o corpo de Stalin em uma poça de urina até a morte do time de hóquei em um acidente de avião.
  • Anucci não reinventa a história.
  • Interpreta-a apenas de forma corrosiva.
  • Com diálogos intermitentes: a cada ordem de execução de um oponente.
  • Os personagens falam sobre o blush.
  • Em cada plano de tomar o poder do governo.
  • Eles brincam com o espartilho que carrega um deles.
  • Esses elementos começam a coexistir no mesmo universo.

O conflito aqui refere-se à imagem. Os homens discutem a imagem que devem ter desta morte e o estado da União Soviética, escolhem seu melhor retrato, as decorações perfeitas para o funeral, as cores das flores, as texturas das cortinas, os personagens são os diretores de Estética incorpora a fluidez dos símbolos batendo nas pessoas em fotos oficiais ou criando uma longa sequência que mistura a perseguição física e ideológica dos opositores do regime. A câmera permanece ágil, focada nos rostos dos personagens, seguindo-os enquanto vagam por palácios, salões, salas de reunião. O ritmo é febril, equilibrado por um humor sofisticado, que nunca agrada a temas fáceis.

O elenco representa um dos grandes trunfos da morte de Stalin. Jeffrey Tambor, Steve Buscemi, Simon Russell Beale, Michael Palin e Jason Isaacs têm um recurso excepcional para comédia “séria”, baseada em sarcasmo, morte, desconforto. Andrea Riseborough rouba o show toda vez que aparece, e Paddy Considine ganha uma pequena, mas importante cena na parte inicial. O elenco combina diferentes tipos de humor, mais expressivos e físicos para Buscemi e Palin, mais sóbrios para Beale e Tambor, por exemplo. Personagens de construção igualmente diferentes, dando um alívio invejável ao roteiro. Embora tenha uma dúzia de personagens principais, o filme dá a cada um deles uma personalidade clara, uma maneira particular de agir e se comportar.

O mérito é principalmente de Ianucci, que é capaz de orquestrar a biografia sem sequer soar hermético ou pedante. O humor teria o potencial de interagir com o público médio, devido a conteúdos semelhantes à série Veep, do mesmo criador. provavelmente por causa do assunto, ganhou uma distribuição muito limitada nos Estados Unidos. Na Rússia, foi censurado pelo governo. Sem surpresa, as melhores comédias e filmes políticos são sempre os que te incomodam.

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