É sempre bom ver filmes da era silenciosa, é um estilo diferente, que se reflete não só na visão de mundo da época, mas na própria linguagem cinematográfica, um cinema mais simples e expressivo, que conta sua história principalmente através das emoções. , sem a pirotecnia atual e com muita criatividade. Não que falar de cinema seja ruim, existem várias pérolas produzidas nesse formato. Mas o cinema mudo tem seu charme. E é justamente esse sentimento que traz de volta Wall-E, a nova produção ousada da Pixar.
Ousado porque escapa completamente da paisagem cinematográfica de animação comercial da última década. O que é até curioso, como o surgimento da animação de computador começou com Toy Story, o primeiro longa-metragem de . . . Pixar, curioso, mas não estranho. Ao longo dos anos, o estúdio sempre esteve à frente dos outros, investiu não só no aprimoramento técnico da animação, mas também no cenário de cada um de seus projetos, e essa é a sua grande diferença: em vez de explorar a mesma fórmula para o extremo, a Pixar busca criar. Em cada um de seus filmes, você pode ver situações incríveis, seja em pequenos detalhes de contexto ou no próprio conceito do filme. Wall-E se move nesta segunda direção. É até incrível ver uma suposta animação infantil com tantas referências à história do cinema e seguindo um caminho tão diferente para a banalidade dos engraçados animais falantes que se tornou animação comercial.
- Tudo isso em um terreno inóspito e cheio de lixo.
- Uma visão surpreendente desde o início.
- Nele vive o pequeno robô Wall-E.
- Cuja missão é compactar os resíduos existentes.
- Com apenas a companhia de uma barata – uma aposta corajosa da Pixar – Wall -E também é curiosa.
- Ele coleta vários objetos que encontra enquanto trabalha.
- Indicando que uma vez existiu vida neste mesmo planeta.
- E assista.
- Várias vezes.
- A uma fita VHS do musical Hello.
- Dolly! Você se lembra? Hoje.
- Com poucas memórias.
- Concorreu a 7 Oscars em 1969 e fez muito sucesso.
- Esta é apenas a primeira e mais explícita de uma série de citações que encantam qualquer cinéfilo.
Como podem ver, a vida de Wall-E é solitária. Até eva aparecer, um robô moderno que começa a procurar por todo o planeta. Sempre curioso, Wall-E tenta conhecê-la. E se apaixonar. Uma situação incomum porque dois robôs estão envolvidos, mas ao mesmo tempo ternos e cativantes. Porque seu sentimento não é apresentado por palavras, mas por emoções. Praticamente no meio do filme não há diálogos, apenas ruídos robóticos que são quase sempre a repetição dos nomes do casal. A excelência da animação e os movimentos precisos de Wall-E e Eva, calculados com cuidado e amor, deram o tom. E nasceu uma história de amor, uma das mais puras e simples que o cinema produziu nos últimos anos.
São várias cenas que impressionam, especialmente as localizadas no espaço, uma em particular merece destaque: wall-E e Eva ballet, quando se divertem voando fora da nave, é uma cena mágica, pela combinação precisa de beleza visual e emocional. Neste ponto, o filme já mudou muito sua história, destacando o que aconteceu com os humanos que deixaram a Terra. E aqui está outra grande ideia da Pixar, com uma análise crítica da sociedade moderna. Mais uma vez, surpreendente.
Se Wall-E pudesse ser definido com uma única palavra, talvez o ideal seria graça. Para a história, o olhar, os personagens carismáticos. Um filme ousado em sua proposta, com uma clara orientação adulta, mas que também pode atrair o público infantil. Em suma, outra pérola da Pixar.