AdoroCinema para queimar roupas: polícia despida

Massacre de Vigio Geral, Candelia, na Baixada Fluminense. . . Não é de hoje que o Rio de Janeiro detém o triste recorde mundial de assassinatos nas mãos da polícia, a escalada da criminalidade dentro e ao redor da cidade maravilhosa acelerou de uma vez por todas na década de 1980, numa época em que a polícia fortaleceu ainda mais seus laços com os bandidos, essa relação perigosa é tema do documentário incisivo dirigido por Thereza Jessouroun , premiado no Festival do Rio de Janeiro de 2014.

A proposta é investigar as ações da polícia do Rio nas últimas duas décadas, após o Massacre de Vigio Geral, em 1993. Com base nos relatos dos envolvidos, seja do lado policial ou das próprias vítimas, um painel rígido é criado para cada um dos crimes retratados, não apenas para o que é dito, mas também para o que está em exposição, muitos documentos de arquivo são apresentados, com depoimentos específicos de funcionários do governo da época e cenas contundentes sobre o resultado dos crimes , a fim de sublinhar a gravidade do que aconteceu, o diretor não perdoa o público ao mostrar, com boa recorrência, corpos ensanguentados e cérebros expostos, é uma forma de lembrá-los, a qualquer momento, que o que está acontecendo é real.

  • No entanto.
  • Por mais que os depoimentos das vítimas estejam em muitos casos comoventes.
  • A grande pérola obtida pelo diretor leva o nome de Ivan.
  • Um ex-policial.
  • Que participou de vários crimes e posteriormente concordou em denunciar os (ex) companheiros.
  • Em nome de uma pena reduzida.
  • Expondo a rede de corrupção entre a polícia e o crime organizado.
  • O tom de deboche e verdade aberta.
  • Sem meias palavras.
  • Choca.
  • Não tanto pelo que se diz.
  • Facilmente imaginável por quem acompanha as notícias cotidianas.
  • Mas pela forma como é revelado: algo comum.
  • Comum daqueles que viveram esse cotidiano.
  • Combinado com o sentimento de impunidade que prevaleceu.

Por mais que siga um formato documental tradicional, baseado em entrevistas e imagens antigas, brilha pela força do sujeito e pelo impacto com que é apresentado; é um retrato atraente do método de ação da polícia carioca e suas consequências. seja para os envolvidos nos crimes ou para aqueles que lidam com eles. Depois de olhar para ele, é muito claro por que há uma lacuna entre a polícia e a população que deve ser protegida por eles. Filme muito bom, não só como uma reclamação, mas também para provocar reflexão e debate.

Filme visto no Festival do Rio de Cinema em setembro de 2014.

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