Quando se trata da história de Pinóquio, as memórias da animação de 1940 produzida pelo Walt Disney Studios podem vir imediatamente, mas nesta versão renovada da boneca que quer se tornar uma criança de verdade, grande parte da magia escapa de um enredo que ele escolhe para destacar pontos mais realistas do que fantásticos. Essa característica acaba sendo uma via de mão dupla: é o ponto que promove o trabalho para promover alguma mudança, mas também é o ponto que diminui a força da história.
No filme de Matteo Garrone você pode admirar todos os aspectos visuais da trama, desde a própria boneca (que tem uma maquiagem linda que nem parece digital) até o mundo que você gradualmente conhece do seu desejo por Cores, principalmente em tons pastéis, são mais frios do que o esperado, emanando de uma realidade que pode não ser tão atraente. Os figurinos e a maquiagem dos outros personagens coadjuvantes adicionam cor aos roteiros, enquanto a maioria das performances são apoiadas por exageros lúdicos.
- O protagonista Pinóquio.
- Nascido sabendo correr.
- Nos mostra fragmentos da sociedade que o cerca através de seu olhar ingênuo e nem sempre amigável.
- Especialmente na relação entre ele e seu criador e pai.
- Geppetto (interpretado com carisma por Roberto Benigni O sentimento contido na conexão entre os dois é muito mais por parte do carpinteiro italiano.
- Que sempre sonhou em ser pai.
- Que por parte da criança.
- Parece que faltam alguns minutos preciosos no início do longa-metragem para promover esse importante vínculo antes de Pinóquio se aventurar lá.
Pinóquio não busca atualizar a história e contém muitos elementos semelhantes à animação, como a baleia gigante, crianças que se tornam burros, a fada azul e o circo com bonecas, a única característica modificada para trazer mais fantasia e bondade à trama é o comportamento do dono do circo, Mangiafuocco, que espirra quando tenta suprimir uma emoção. Ele acaba ajudando Pinóquio e é o elemento surpresa; da mesma forma que Talking Cricket só aparece algumas vezes, sem ter o mesmo tipo de relação amorosa com o menino.
O próprio protagonista já é um elemento fantástico, mas o filme sempre nos traz de volta ao chão com situações cruéis e fortes, há até uma cena suspensa envolvendo dois ladrões querendo roubar as peças mágicas de Pinóquio até o fim. lembramo-nos dos momentos-chave desta história, alguns da magia ainda está vivo. Apesar de todos os andarilhos, é um filme com uma história muito simples: ele volta ao amor fraternal entre um homem solitário que sabe mais sobre o mundo e uma criança com a urgência de ver novos horizontes, mas que acaba voltando para perceber o que realmente importa.
Filme visto no 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim em fevereiro de 2020.