O bom anime japonês tem uma tradição de lidar com a fantasia, seja trabalhando em temas existenciais que envolvem um futuro sombrio para a humanidade (Akira, O Fantasma do Futuro) ou mesmo de uma forma mais lúdica, envolvendo um certo tom místico (Jornada de Chihiro, Meu Amigo Totoro). Your Name, um mega-hit que já arrecadou US$ 328 milhões nas bilheterias inéditas nos Estados Unidos, não é exceção, que é que, neste caso, a história foi claramente desenvolvida para alcançar os interesses do público jovem, justificando tal performance comercial.
Baseado na ideia de troca de corpo, a animação dirigida pelo pouco conhecido Makoto Shinkai vai além do contraste usual resultante de tal mudança – sem que o palco saia deste artifício, vale a pena notar. Justificativa, dois adolescentes que não se conhecem trocam vidas: ela morava dentro do Japão, ele morava na megalópole de Tóquio. A grande vantagem do gato é que a troca não é permanente; alternar os dias como eles mesmos e corpos uns dos outros.
- Essa pequena mudança é decisiva para a história.
- Pois os personagens devem encontrar uma maneira de conviver com o desconhecido para que suas vidas tenham um mínimo de coerência.
- Como resultado.
- O roteiro escrito pelo próprio diretor.
- Que também assina o livro em que se baseia – habilmente usa questões que são muito relevantes para o jovem em formação.
- Especialmente na forma como ele trata as pessoas ao seu redor.
- No uso do celular como elemento narrativo e nessa interação social.
- E o quanto ele é afetado por tal mudança.
- Que se torna mais atraente.
- Mesmo com certos vícios calculados até o milímetro para atingir seu público-alvo.
- Como a inserção insistente (e desnecessária) de canções pop.
No entanto, depois de um enredo conceitualmente interessante, tudo muda. Ele abandonou o interesse social entre os jovens para investir maciçamente no romantismo barato e exacerbado, para Twilight. A coerência dentro deste universo desaparece, com o cenário apresentando vários detalhes mal explicados – até explicados -.
Com uma segunda metade muito abaixo, acaba caindo na vala comum de produções que valorizam reviravoltas às custas da coerência narrativa. A animação, por outro lado, segue o padrão de qualidade do anime recente, com boas-vindas. Além dos elementos do computador ao renderizar paisagens, o resultado impressiona visualmente. Pena que o palco não mostra o mesmo padrão, mostrando não só imperfeito, mas cheio de peças estilísticas e linguísticas inseridas para atrair um público específico, e apenas para ele.
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