AdoroCinema para O Homem Cordial: Tribunal Popular

Curiosamente, a premissa inicial de O Homem Cordial é semelhante à do recente Aos Teus Olhos, liderado por Carolina Jabor, em que um professor de natação é acusado de beijar um de seus alunos, aqui é o cantor de uma banda de punk rock para se acusar de ser responsável pela morte de um policial , em uma desordem rochosa que se tornou viral na Internet graças a um vídeo amador. Por mais que os dois filmes retratam a corte popular que se tornou a Internet hoje, com frases. a partir de adivinhação e não fatos, os caminhos das narrativas são bem diferentes. Em O Homem Cordial, o diretor e roteirista Iber Carvalho – em parceria com Pablo Stoll, no último papel – explora essa realidade para abordar a agressão latente de suas mais diversas formas atuais.

Diante de tal proposta, ibero não só apresenta uma série de situações de confronto envolvendo seus protagonistas, mas também desperta o quão desconfortável o sentimento pode ser, de modo que sempre coloca a câmera muito perto dos rostos dos personagens como quase opressiva, muitas vezes abandonando o brilho para enfatizar o momento psicológico do ato representado. O uso constante da câmera na mão também transmite o inevitável senso de realidade e urgência, bem explorados em breves planos sequenciais inseridos aqui e ali, mesmo com movimentos repentinos devido ao considerável número de personagens no palco. Além disso, há o uso constante de ranger de pneus de carro, cujo som agudo também causa um senso de urgência; passando por uma rave, com seus flashes histriônicos para o ritmo de uma estaca; e uma trilha sonora que flerta abertamente com o suspense, às vezes exagerando até um pouco a tensão sugerida.

  • No meio de tudo isso.
  • Há um homem que se declara inocente sem nunca ser ouvido.
  • Entrando em uma espiral de violência crescente devido à agressão diária.
  • Tão comum que às vezes parece banal.
  • Da polarização política às mentes ardentes devido à exponentição resultante da corte da internet.
  • A Ibero quer abrir os preconceitos que existem em uma sociedade fraturada.
  • Seja por razões de cor.
  • Gênero.
  • Classe ou.
  • Em muitos casos.
  • Todos juntos e misturados.
  • O mesmo vale para o Brasil.
  • Inconsistente em sua recusa em olhar no espelho para não ver – e resolver – sua faceta exclusiva e violenta.

No entanto, se esteticamente O Homem Cordial apresenta uma solidez que se baseia em sua posição crítica diante do status quo, por outro lado, o cenário falha em vários momentos em relação ao desenvolvimento dos personagens, às vezes justificando certas decisões. fato, às vezes até mesmo entregar situações difíceis de acreditar, como hajj ao redor da cidade sem um centavo ou mesmo um telefone celular, porque um cantor conhecido, acusado de assassinato tanto na internet quanto em programas de televisão, concordou em se expor dessa forma é improvável, o que inevitavelmente dificulta o desenvolvimento da narrativa.

Diante de tal proposta, o título O Homem Cordial não é apenas uma citação direta do conceito estabelecido por Sergio Buarque de Hollanda em seu livro “Raezes do Brasil”, na década de 1930 – do século XX – mas também uma ironia, em A Face da Agressão Inerente à Vida Cotidiana. Em relação ao casting, o carisma de Thade é notável em um personagem que poderia até ser melhor explorado e a simetria intencional em torno de Paulo Miklos, cuja carreira como cantor titã traz uma naturalidade absoluta em sua atuação como Aurélio Sá, ícone do grupo de instinto radical. Com bom trabalho de encenação e uma fotografia muito bem executada e idealizada por Pablo Baio, é um filme interessante em sua proposta que merecia um capricho maior em relação ao roteiro.

Filme visto no 47º Festival de Gramado, agosto de 2019.

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