AdoroCinema para Narciso de férias: colosso imparável

Narciso em Férias pode acontecer em um único ambiente, mas a jornada pelo passado pelo qual o documentário passa é muito forte, Caetano Veloso não só revê a ditadura militar brasileira, mas também lembra os sentimentos contrastantes que ele mergulhou profundamente em uma cela por dois meses. Desde o início admiramos o poder da história que ela conta, pois é claro que para tornar a experiência memorável para o espectador, você só tem que ouvir.

E é isso que é oferecido em quase uma hora e um terço da projeção, Caetano fala, fica animado, canta, lembra dos traços físicos das pessoas que conheceu durante sua prisão durante a ditadura. . . Tudo isso ele faz enquanto a câmera o segue. intensamente: agora observamos o artista muito de perto, com o zoom em seu rosto, agora o avião deixa o protagonista em um canto, como se fosse uma pequena silhueta em frente a uma parede de concreto, fria e sem vida.

  • As palavras de Caetano permeiam a obra do início ao fim.
  • E o fato de que o espectador só tem isso como guia narrativo não desmegri a experiência como um todo.
  • Os diretores Renato Terra e Ricardo Calil apreciam o ouro que têm em suas mãos: viver a experiência na mente de uma das maiores figuras artísticas do Brasil.
  • É por isso que eles usam e abusam de “jogos” com quadros de câmera e deixam Caetano ser guiado por memórias e emoções de uma forma muito humana.

Com uma mistura de bom humor e respeito pelo que viveu em 1968 e 1969, Caetano Veloso é um ponto de luz em meio a palavras duras sobre métodos militares diante de inúmeras prisões e torturas durante o período pós-Golpe. milhares e, felizmente, teve um final feliz que ainda leva hoje. Mas isso não tira o fardo de seu encarceramento injusto, baseado em “notícias falsas” muito antes do termo se tornar tão popular. Ver Caetano falar sobre seu tempo na prisão de uma forma mais emocional do que agressiva é certamente um dos destaques do filme.

Narciso em Férias – cujo título está ligado a uma de suas canções e ao estado psicológico em que a vaidade se resume a desaparecer – expõe um Caetano Veloso disposto a mostrar ao mundo algo que nunca escondeu. Entre os versos hey jude dos Beatles e pausas emocionais enquanto ele lia as transcrições dos interrogatórios militares durante o isolamento, o documentário varia de dois aspectos: dar ao espectador uma cópia de que a arte é uma forma de cura, e elevar o nível do que Caetano não representa. apenas como artista, mas também como um capítulo vivo de nossa história.

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