Historicamente, o primeiro presidente da Geórgia, eleito por uma grande maioria de votos, sofreu um golpe logo após a vitória. Recusando-se a ir para o exílio em países vizinhos, Zviad Gamsakhurdia (Hossein Mahjoub) vagou com um pequeno grupo de seguidores nas planícies geladas de seu país. país até que ele foi encontrado morto na pequena cidade de Khibula. Não se sabe se ele cometeu suicídio ou foi morto. O diretor Giorgi Ovashvili se dedica à possível reconstrução do que teria acontecido durante esse período de fuga.
Apesar do peso real e do tema da perseguição política, a ficção é construída como um drama íntimo, o palco evolui entre sucessivas jornadas: o presidente encontra um lar pronto para receber seu grupo, mas é descoberto e precisa se mudar. um dia. ? Senhor Presidente, descobriu-nos, é uma das frases mais repetidas da trama. O longa-metragem, que inicialmente imprime um tom de suspense, assume ares absurdos para repetição. O protagonista vive um drama kafkaesque, aprisionado em seu próprio país, diante da opressão invisível, como o K de “El Castillo”.
- Opositores do presidente se escondem do lugar.
- Tiros são ouvidos à distância.
- Sem saber onde foram baleados.
- Rumores são ouvidos de que uma emboscada vai pará-lo.
- Mas os homens em questão nunca são vistos.
- Khibula desenvolve um sentimento de paranoia.
- Um perigo que pode ou não ser real.
- Ovashvili prefere se concentrar no tédio do homem encurralado: enquanto a nação está em guerra.
- A câmara está dentro das salas silenciosas e escuras.
- A janela e outras texturas da imagem.
- Enfatiza a impressão de abandono.
- O presidente não está exatamente em conflito: ele se dissolve.
- Desaparece.
A montagem alterna as cenas silenciosas com momentos em que os fãs, otimistas com o sucesso do voo, começam a tocar músicas folclóricas. Esses momentos são particularmente bem filmados e editados? O diretor consegue imprimir uma força impressionante nas cenas ruivas, de maior impacto pelo silêncio que as precede; No entanto, é uma pena que esses personagens não ganhem em desenvolvimento, na história, na psicologia, eles são considerados uma massa indistinta de vontades semelhantes, pelo menos a harmonia do grupo realmente representa o povo unido.
Apesar disso, devido à ausência de conflitos e à personalidade hermética do presidente, Khibula se traduz em uma experiência deliberadamente monótona: Ovashvili quer transmitir o tédio do personagem para o espectador, e o resultado funciona, para melhor ou pior. em parte compensa a estrutura um pouco fria, embora conceitualmente interessante. Em conclusão, o diretor foi capaz de suspender as circunstâncias exatas da morte, mas oferece, através da paisagem vazia, um retrato da solidão raramente visto no drama histórico.
Filme visto na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, outubro de 2017.