O irmão de Amadi, Ikena, desapareceu na cidade de São Paulo, deixando para trás sua família e muitas expectativas interrompidas, com isso, Amadi viaja da Nigéria para o Brasil para procurá-lo e tentar entender o que aconteceu, com essa premissa o diretor Matias Mariani constrói uma crônica urbana cujo olhar sobrevoa a cidade cinzenta e atravessa os corredores de (quase) prédios desempregados. A rara presença em alguns edifícios centrais é ocupada apenas por pessoas marginalizadas pela sociedade fugindo do contato social, praticamente escondida do mundo. , é muito simbólico que este filme seja interpretado por um estrangeiro que não entende português.
Afinal, seu olhar desconhece a realidade exposta em City Bird, ele é um estrangeiro que tenta se integrar em tudo o que seu irmão acrescentou quando deixou seu país natal, cada vez mais imerso na vida de Ikena. em seus passos através do ponto de vista do personagem, seu desejo de pertencer a algo completamente novo e diferente, o único ponto que ele faz tudo por Amadi é a presença imparável de Ikena, então há sempre uma sensação de que as pessoas com quem o protagonista está falando, os lugares que ele visita e seu desconforto com ele são o resultado de imensa frustração por não ser o irmão – ou não ser quem ele gostaria de ser, alguém com coragem para enfrentar a mudança e novas formas de pensar.
- O conteúdo desses problemas psicológicos envolvendo os dois irmãos entra em contato com a magnificência dos edifícios de São Paulo.
- Sempre filmado com perfeita simetria.
- Emanando controle e precisão.
- Qualidades que Amadi não tem em sua missão de encontrar seu irmão.
- Seus passos e o encontro com pessoas com as quais Ikena teve um relacionamento (um amigo que pode ter sido sua paixão e uma garota que também se envolveu com o menino misterioso).
- O protagonista sempre perde os olhos.
- Não apenas porque ele faz.
- Eu entendo a língua na maioria das vezes.
- Mas eu não sei se você está no caminho certo também.
Foi quando o conto do livro ikena desapareceu porque ele era fascinado pela física quântica e, em particular, pela minúscula capacidade de controlar todas as situações que ocorrem no mundo, que Cidadebird mistura a narrativa silenciosa de Amadi com os mitos, teses e dúvidas proeminentes. . de Ikena. O roteiro faz um estudo real dos dois irmãos, o que é louvável, pois um deles aparece muito pouco no palco, embora o suspense sobre o desaparecimento às vezes se perca devido à construção da nova vida de Amadi em São Paulo. , o filme se mantém firme com seu estilo pensativo, dando lugar a respostas ainda mais intrigantes do que as perguntas que as precedem.
Uma das maiores qualidades do Passarinho da cidade é o seu elenco, que é fundamental para a imersão no universo particular da cidade de São Paulo, cidade que, aqui, é observada pelo diretor com um olhar sincero, sem maquiagem para isso. o que realmente não é. O espectador que conhece esse lado da grande metrópole entenderá isso e certamente sentirá o poder desta história que expressa tão bem a ideia de que todos, sozinhos, são um estranho à sua maneira.
Filme visto no 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim em fevereiro de 2020.