Não é novidade que a Broadway sirva de matéria-prima para o cinema, seja para aprovação prévia do público ou por razões criativas, a história traz inúmeros casos de projetos que migraram do palco para a tela grande, alguns dos quais foram bem sucedidos?Chicago, Minha Bela Dama, outros não? Rock of Ages, Rent – The Bohemians. Caminhos da Floresta é a tentativa mais recente, repleta de grande sucesso anterior e um tema popular: o uso de personagens clássicos de contos de fadas. Para dirigir o show, um especialista em adaptações teaais foi chamado: Rob Marshall de Chicago e Nine.
A história é, de fato, uma excelente mistura de contos de fadas: Cinderela (Anna Kendrick), Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford), Joo (Daniel Huttlestone) e Bean, Rapunzel (MacKenzie Mauzy) . . . mas os personagens principais são um padeiro (James Corden), sua esposa (Emily Blunt)) e uma bruxa (Meryl Streep). O enredo básico é simples: o casal tem um feitiço sobre eles e precisa encontrar objetos para desfazê-lo. A pesquisa é apenas um pretexto para provocar os mais diversos encontros no mundo encantado e, de certa forma, misturar as histórias clássicas de cada personagem, são essas recriações e mudanças, claro, que dão algum charme ao longa-metragem, apesar de um problema crucial: a ausência de magia. Não o ato mágico em si, mas o afeto público pela história apresentada.
- Apesar dos arredores facilmente reconhecíveis pelo espectador.
- Ele desliza em uma reverência exagerada pelo formato teatral.
- É sabido que.
- Principalmente na Broadway.
- Um dos maiores atrativos é a forma como as complexas questões do enredo são resolvidas visualmente.
- Seja por meio de figurinos.
- Cenários ou mesmo efeitos especiais.
- Cada vez mais utilizados em superprodução.
- Marshall tenta recriar o impacto no cinema.
- Numa espécie de repetição da fórmula que funcionou em Chicago.
- Mas esquece que muito do brilho se deve ao espectador ver tudo acontecendo.
- Passar na frente dele.
- Naquele instante de tempo.
- Se Chicago conta com a trama carregada de sarcasmo sobre o mundo das celebridades e grandes canções.
- O mesmo não acontece com os Caminhos da Floresta.
- Muito mais dependentes do lado estético.
- Existe até uma música ou outra linda e bem dirigida pelo elenco.
- Mas são ocasionais.
- O resultado é um filme pesado devido às amarras teatrais.
- Que impedem que a narrativa corra bem e até alteram o visual geral.
- O melhor exemplo é a cena em que Chapeuzinho Vermelho e sua avó estão na barriga do lobo.
- Que parece sair mais frequentemente de um filme de baixo orçamento dos anos oitenta.
Apesar disso, há alguns pontos positivos. A maior delas é Meryl Streep, acaba de ser indicada ao Oscar de atriz coadjuvante. Por mais que esteja sob maquiagem pesada, que recria todos os estereótipos em torno da bruxa má, é possível notar as diferentes nuances do personagem, que não o faz. Confie no mal puro e simples. Meryl sempre oferece uma das músicas mais divertidas, na padaria, onde versos são cantados em um ritmo muito próximo ao hip hop. Johnny Depp aparece bem em sua breve aparição como um grande lobo feroz (apenas duas cenas) e Emily Blunt se destaca por seu talento vocal, enquanto o resto do elenco é simplesmente burocrático, a exceção, desta vez negativo, é de Chris Pine, que faz um príncipe muito comovido. Esta é a pior sequência do filme, com a música “Agonia”, e também o melhor diálogo, sobre sua criação.
Com problemas de sincronia e personagens um tanto inconsistentes, especialmente Cinderela (Anna Kendrick), ela tem que. Especialmente no terceiro ato da trama, quando o filme parece acabar e toma um novo rumo, até certo ponto incomum. Terminaria ali e seria um musical leve e razoável, mas ainda dura cerca de meia hora e maximiza os problemas que existem no roteiro, causando ainda uma mudança questionável de tom que aconteceu desde então.
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