AdoroCinema para A Garota do Trem: Tragédia Feminina

O livro A Garota no Trem foi um grande sucesso em salvar o tema central do best-seller Garota Exemplar: o suspense protagonizado por mulheres que se rebelam contra a autoridade masculina e a pressão social, embora o texto de Paula Hawkins não tenha o mesmo refinamento da história de Gillian Flynn, traz material rico aos cinemas. A surpresa foi ver um suspense sombrio cair nas mãos do cineasta Tate Taylor (Cross Stories).

Os fãs preocupados com a fidelidade à obra literária devem ficar satisfeitos com o roteiro de Erin Cressida Wilson, especialista em histórias femininas sobre desejo e traição. A versão cinematográfica mantém reviravoltas do livro que poderiam ser facilmente cortadas, na tentativa de agradar os leitores. A estrutura do capítulo, em homenagem aos três personagens principais, é preservada no início. Algumas passagens são condensadas, é claro, mas o roteiro até consegue melhorar passagens pouco convincentes no material original, especialmente no que diz respeito à personagem interpretada por Lisa Kudrow.

  • Também preserva os pontos fortes e fracos do livro.
  • Rachel (Emily Blunt).
  • Megan (Haley Bennett) e Anna (Rebecca Ferguson) são personagens bem construídas.
  • Nunca julgadas por suas atitudes.
  • Abusos dos homens ao seu redor.
  • No entanto.
  • A parte dramática funciona melhor do que o suspense.
  • As duas questões mais importantes que a história levanta (o que aconteceu com Megan?Rachel pode ser uma assassina?) Eles têm uma resposta previsível.
  • Como no trabalho de Hawkins.

O elenco faz um bom trabalho, especialmente no lado feminino: Blunt, dedicando-se a uma composição bastante dramática, transmite as nuances de uma mulher alcoólatra que encontra no suposto crime uma nova motivação em sua vida. Ferguson também consegue passar de modelo, mulher para mulher multifacetada ao longo da trama, e Bennett, ainda subestimado em Hollywood, oferece performances impecáveis, combinando um olhar duro e vazio com o imperativo da sedução. É uma pena que Justin Theroux e Luke Evans foram tão mal escolhidos para seus papéis. Os produtores poderiam ter visto esses atores fracos para interpretar figuras essenciais para a história?

Mas o maior problema, sem dúvida, é a direção de Tate Taylor, a suspensão é um dos gêneros que requer trabalho mais elaborado com espaços e uma dilatação do tempo, algo que David Fincher, de Garota Exemplar, domina perfeitamente, mas Taylor acredita que é gravar uma novela, fechando 50% de seus quadros na cara dos atores. Isso valoriza expressões, mas exagera o trabalho de Blunt, e remove a importância dos espaços fundamentais do enredo: a distância entre as duas casas, o voyerismo através do trem, a geografia da floresta. Flashbacks também são mal coordenados pela edição e direção, que hesita no momento certo para revelar alguns traumas do passado.

Apesar da óbvia dificuldade do cineasta passar do drama para o suspense (a trilha sonora ameaçadora domina o primeiro terço da história, embora nenhum elemento perigoso ainda tenha ocorrido), A Menina do Trem apresenta um resultado satisfatório. Este não poderia ser o filme tenso que o público esperava?torna-se monótono seu ritmo no segundo terço?mas ainda tem personagens complexos, trabalho de adaptação competente e ênfase nas questões centrais das mulheres para superar as pressões da maternidade.

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