“O homem branco só pode ver o que ele tem diante de seus olhos. “É nesta frase que a diretora Maya Da-Rin desenvolve o conceito de Febre, a partir da interface física entre culturas indígenas e ocidentais associadas aos mistérios inpoefiáveis da vida, representados aqui através da floresta amazônica. O resultado é um filme multicultural, raramente visto no cinema brasileiro.
Na verdade, em geral, o índio é retratado no cinema por seu viés histórico e às vezes documental, e raramente explora suas peculiaridades em uma trama fictícia, e Febre está firmemente comprometido com isso, seja dando a seus protagonistas o poder da fala em seu dialeto nativo. -Sim, é um filme brasileiro legendado ou refletindo suas necessidades no mundo de hoje, seja através do protagonista Justino (Regis Myrupu, carismático) ou de sua filha Vanessa (Rosa Peixoto, à direita). Ele vive na cidade grande há 20 anos, não reconhecido, e mostra um pouco de fadiga; ele acaba de passar na seleção para estudar medicina longe de sua casa em Brasília, ou seja, a separação é iminente.
- Se Vanessa mostra sua vontade de entrar no mundo dos brancos de uma vez por todas.
- Como seus parentes às vezes apontam.
- Justin sente um certo banzo amplificado pela visita dos parentes.
- As sequências onde a família se reúne.
- Cada uma representando seus diferentes pontos de vista.
- Entre aqueles que optaram por ficar na floresta e viver longe dela.
- é de impressionante riqueza cultural.
- Devido à autorização para entrar em um mundo quase secreto que possuem.
- Por isso essa opção também retarda o filme.
- Pois entende que o estilo de vida é mais importante do que as grandes realizações.
Além disso, há também a possibilidade de construir sequências misteriosas ao redor da floresta, explorando sua característica, bem como a floresta fechada e densa, associada ao uso adequado de efeitos sonoros. A fotografia de Bárbara Alvarez sempre capta momentos típicos de Manaus, quando asfalto e floresta coexistem essencialmente no mesmo ambiente, o que ajuda muito em uma narrativa como essa, que explora a cada momento essa dualidade; também vale a pena notar o bom uso dos programas de televisão como forma de transmitir mensagens sobre o momento representado, primeiro como se fosse um complemento duradouro para ganhar gradualmente a dimensão necessária com os protagonistas.
A Febre é um filme muito interessante, com um ritmo de lazer, por causa da forma como uma minoria sofre os preconceitos de ambos os lados, no sentido de avaliar suas ansiedades e sua forma de pensar, de certa forma é quase um estudo antropológico nessa tentativa de compreender e respeitar o olhar do outro, em formato cinematográfico.
Filme visto no Festival de Cinema de Toronto em setembro de 2019.